terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A vida é um pisca pisca.

"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.

– E depois que morre? – perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"

À hipótese mais querida e certa, o meu carinho e saudade nesses 5 anos sem o aconchego do abraço e o sorriso contagiante.
Te amo, meu pai.

Um comentário:

  1. Esse, Gabriel, foi o momento que mais me emocionou quando eu estava no Museu da Língua Portuguesa, cercado por poesia.

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