Cheirinho de Festival do Rio do ar e meu coração se enche de esperança e alegria. Época de salas de cinema de Botafogo lotadas, filmes com nomes estranhos (“Andrés não quer dormir a sesta”?!?), cine Odeon funcionando full time, sessões no meio da tarde e mais de uma sessão por dia. Sim, eu amo muito tudo isso.
Sabe-se lá porque razão, este ano, olhando a programação, fiquei mais instigado com os documentários. Aí vão alguns filmes que, numa primeira passada d´olhos, despertaram a minha curiosidade:
POLANSKI: Procurado e desejado
Sou profundo admirador do que conheço da obra de Polanski. Entretanto, neste documentário, o foco não é sua obra (há algum documentário sobre a obra de algum cineasta?), mas um fato específico de sua vida pessoal: A condenação por abuso sexual a uma menor de idade que lhe rendeu uma proibição de voltar a pisar os pés nos EUA sob pena de prisão imediata e uma prisão domiciliar recente na Suíça.
Uma provocação: É gostável a obra de um cineasta que teve relações sexuais com uma menina de 13 anos, vulgo pedófilo?
Stones in exile
Vi imagens deste filme numa coluna do Nelson Motta no Jornal da Globo há um tempo e pude constatar a força que os Stones deviam ter na época em que se passam os acontecimentos do documentário. Na verdade, o que ficou registrado, era que se tratava de uma reportagem, uma coluna, não lembrava da informação de que havia um documentário. Lembro que fiquei muito impressionado e tuitei algo a respeito e qual não foi minha euforia quando vi que existia este filme e que ele passaria no festival.
O último sonho de Pina Bausch
Dança, normalmente, não é algo que me sensibiliza. A primeira (e única e última?) vez que me emocionei com uma coreografia foi a da cena inicial de “Fale com ela”, do Almodóvar, que me marcou tanto que me preocupei em saber quem era a coreógrafa. Pina Bausch. Fiquei ainda mais motivado quando descobri que este filme mostra um trabalho dela com adolescentes que nunca haviam tido experiência com a Dança, com os quais ela pretenderá montar o espetáculo.
Somewhere
Já comentei sobre este filme aqui e esta é a primeira “ficção” desta leva. Ficção entre aspas, pois até onde li a respeito, o filme possui ares auto-biográficos, uma vez que a diretora e roteirista é a Sophia Coppola, filha do Francis Ford Coppola, e o filme fala da relação de um astro de Hollywood com sua filha de 11 anos. O trailer é de uma delicadeza só. A marca registrada de quem dirigiu “Lost in translation” e “Marie Antoinette”. Eu sei que é blockbuster, que não deve demorar para estrear, mas até onde sei, não há nenhuma data certa. Estou ansioso, então, é melhor garantir.
Fragmentos de conversas com Godard
A única vez que lembro de ter dormido no cinema (sem ser em filme do meio de maratona do Odeon) foi em um filme do Godard. Não fez sentido, não me tocou e lembro que não me senti minimamente inferior por isso, tendo em vista a aura intelectualóide que cerca o público de seus filmes. Entretanto, confesso que ainda tenho certa curiosidade acerca do personagem, sobretudo sobre o objeto deste documentário. Durante a faculdade de Direito fiz parte de um grupo de pesquisa em Direito e Cinema, que justamente investiga as interseções entre os fenômenos da comunicação, da arte e do direito e creio que serão trabalhados alguns conceitos interessantes a esse respeito neste filme.
A casa muda
Não tenho certeza se será um filme que estreará em grande circuito. Algo me diz que é possível, se se pensar em “A bruxa de Blair” e demais congêneres. Pelo sim, pelo não, compõe minha lista. O filme foi feito com uma câmera fotográfica digital na função vídeo, US$ 6.000,00 (sim, seis mil dólares) e em uma tomada só, um grande plano sequência contando em tempo real uma história baseada em fatos reais de duas pessoas que foram misteriosamente assassinadas em uma casa isolada numa pequena cidade do Uruguai.
A Suprema Felicidade
É o filme do Jabor. Com poucas sessões neste festival, devido a uma certa proximidade de seu lançamento, em 29 de outubro, apesar da expectativa ser grande, creio que este é o que tenho menos chance de ver nesta lista, mas incluo-o aqui por um motivo pitoresco: É o filme que irá abrir o festival coincidentemente no mesmo dia em que será anunciado pelo Ministério da Cultura o filme brasileiro que representará o Brasil no Oscar 2011. Se eu fosse um pouco mais conspiracionista arriscava um palpite, mas vai ver é só coincidência mesmo. O que, claro, não interfere nos eventuais méritos do filme.
... e a lista prossegue. Só coloquei aqui os que considero mais relevante de acordo com minhas expectativas. Qualquer acréscimo, decréscimo ou permuta, noticio aqui, bem como o que fui achando de cada filme. E vocês? O que vão assistir? O que me sugerem?
PS: Preguicinha de colocar dias, horários e locais das sessões. Dêem um jump em http://www.festivaldorio.com.br/site2010/filmes/filmes.htm e procurem lá!
Quero muito ver A Casa Muda, tô até pensando em fazer uma sessão dupla com Monstros, no dia 4 á noite.
ResponderExcluirE Somewhere e A Suprema Felicidade também, mas esses estreiam aqui logo depois né!
ResponderExcluirhmmm...
ResponderExcluirNão conhecia o Monstros... De fato, parece uma boa pedida de sessão dupla!!
Me confundi, o dia da sessão dupla é 01/10, sexta-feira. Bora combinar de ver alguma coisa, vejo qualquer filme.
ResponderExcluirComo vcs são comentam rápido!
ResponderExcluirEu vou ver, de certeza, "Fragmentos de conversas com Godard".
Provavelmente irei tb em "A Gente Acaba Se Acostumando" e "O último sonho de Pina Bausch".
Acho que tinha tb um outro, mas como não lembro do nome, esse fará parte, temporariamente, da lista "Provavelmente não irei".