tag:blogger.com,1999:blog-57338827894977348302024-03-14T04:39:52.167-07:00etcGabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.comBlogger68125tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-12919554952923360892013-01-25T16:24:00.000-08:002013-01-25T16:24:06.283-08:00Curta-metragem filme mudo<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">O pó continua o pó,</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">a colcha da cama, a colcha da cama.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Um carro passa na rua.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">É tudo tão agora.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Tudo é fotografia, inclusive o tempo.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Estamos na velocidade da luz.<br />Partícula<br />Onda<br />Pesada e concreta como o monolito de Kubrick.<br />Enigmática<br />Metafísica.<br />O tudo<br />O todo<br />desfora<br />indentro.<br />Em lugar nenhum.<br />Desimporta.<br />Ressignifica.<br />É.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Om</span>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-15188034447887805412013-01-01T10:55:00.000-08:002013-01-01T11:10:18.964-08:00É. areia.<div style="text-align: justify;">
Eis que o Canal Brasil, premeditada ou auspiciosamente exibe o filme “Casa de Areia” neste primeiro dia do ano de 2013. O filme, de 10 anos atrás, conta a saga das mulheres de uma família que foi morar nas ermas dunas do nordeste brasileiro por volta dos anos 10 do século passado. Fernanda Montenegro e Fernanda Torres interpretam essas mulheres, revezando-se nos papéis de, salvo engano, três gerações de mãe e filha desta família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É um filme sobre o tempo. Não só sobre o tempo cronológico, mas o tempo emocional, que é aquela mistura de sentimento, memória e cronologia, que faz com que certas mágoas sejam quase eternas e certas paixões durem só uma semana. Por isso achei bastante inusitada a seleção deste filme pelo canal para a data de hoje que, curiosamente pode, ou não, significar alguma coisa, mas que de qualquer forma é um marco de alguma coisa, emocional ou cronológica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em um dado momento, a jovem Áurea (Fernanda Torres) ouve de um soldado do exército que vai explorar a região, que os cientistas acreditavam que se houvesse dois irmãos gêmeos e um deles fosse mandado para o espaço, este, quando retornasse, estaria mais jovem. Em um outro momento, vemos a mesma personagem lamentar, após ver uma antiga fotografia sua posando ao lado de um piano, o fato de há muitos anos não ouvir música “de verdade”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aí, o final do filme nos entrega esta verdadeira pérola de nossa cinematografia e da atuação da nossa grande dama Fernanda Montenegro. Áurea (já Fernanda Montenegro) recebe a visita de sua filha Maria (também já Fernanda Montenegro) que há muitos anos havia saído do areal. Reparem no olhar ancestral que Fernanda consegue emprestar à matriarca. É algo verdadeiramente deslumbrante.
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um feliz novo ano emocional e/ou cronológico para todos nós!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="281" src="http://www.youtube.com/embed/NGfkaOzPA64" width="500"></iframe></div>
Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-25812743945863503282012-12-31T13:48:00.000-08:002012-12-31T13:48:41.296-08:00Holy Motors<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4sL01Ms98KfysRIIGM92iR1OlbK-z_Qqz_iz24VqPFZjTSLxzpiHEJLkuAbZAJGai-CvYNxaWxo5iLj4xLuo1Tzd3K3Gl2sGiF9ckz_aJrYj1VMri9Nbqc-7aGTb2nSeTc6NtCxIyDQQ/s1600/poster_holymotors_final-580x858.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4sL01Ms98KfysRIIGM92iR1OlbK-z_Qqz_iz24VqPFZjTSLxzpiHEJLkuAbZAJGai-CvYNxaWxo5iLj4xLuo1Tzd3K3Gl2sGiF9ckz_aJrYj1VMri9Nbqc-7aGTb2nSeTc6NtCxIyDQQ/s320/poster_holymotors_final-580x858.jpg" width="216" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando eu era criança, cheguei a
pensar que as pessoas que apareciam na televisão, viviam dentro dela e que o
tubo de imagem era uma grande lente de aumento para um mundo estranhamente
pequeno e dividido em canais, que a gente mudava girando o seletor. Não saberia
explicar com mais detalhes o mecanismo que minha imaginação infantil concebeu
para entender o fenômeno da televisão, mas lembro que algumas vezes cheguei a investigar
pelas pequenas frestas de ventilação que havia atrás do aparelho, a possibilidade
de pegar algumas daquelas mini-pessoas emprestadas para fazerem companhia a mim
e aos meus bonecos do He-man e da Liga da Justiça nas nossas aventuras.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outra fantasia infantil, creio
que pouco depois de eu já ter uma certa noção de como as coisas funcionavam na
televisão, era a de achar que a minha vida era um filme, ou até uma novela.
Ficava tentando imaginar as pessoas assistindo a minha vida, o que elas
pensavam, e que nesse universo paralelo eu deveria ser algum ator famoso e que
deveria ser legal passar uns tempos por lá, para dar uns autógrafos, ser
chamado para um programa de entrevistas, essas coisas. É claro que eu devia ter
alguma noção de que era tudo fantasia porque nunca fiquei procurando a câmera,
mas fiquei lembrando desses devaneios infantis quando fui assistir “Holy Motors”
esse fim de semana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não, não é um filme fácil se
se considerar a tendência da produção cinematográfica mainstream atual de não
instigar o espectador a sair de sua zona de acomodação e participar da
construção da obra, oferecendo de bandeja respostas e interpretações. No
mínimo, a obra é uma baita oportunidade de aceitar ser desafiado a exercitar
outras instâncias de nós mesmos, que o cinema sempre pode atingir, mas muitas vezes
não o faz ou o faz pouco, creio que por motivos financeiros principalmente. E esta experiência, por
razões humanas, deveriam ser mais acessíveis, mas eu divago, claro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As cenas iniciais do filme
acompanham um sujeito que dorme aparentemente em um quarto de hotel e que, em
um dado momento, acorda intrigado com algo que aparentemente não suspeita o que
seja até resolver investigar uma das paredes do quarto, decorada com papéis de
parede com motivos florestais. Aí, nos damos conta, junto com ele, de que um de
seus dedos é uma espécie de implante metálico que, na verdade, é uma chave para
uma pequena fechadura oculta nesta parede, que, aberta, leva a um antigo cinema.
O sujeito entra e se depara com um público assistindo a uma película enquanto
uma criança caminha por um dos corredores, esgueirada por um imenso cão negro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dali, corta para um magnata
saindo placidamente de sua mansão cinematográfica para o trabalho, de manhã, adentrando
numa limousine e, lá dentro, após alguns telefonemas, aparentemente de
negócios, começa a pentear uma sugestiva peruca de fios prateados. A limousine
para às margens do Sena (o filme se passa na sempre majestosa Paris) e, de lá,
o sujeito sai caracterizado como uma pedinte idosa (de cabelos prateados) e vai
esmolar, salvo engano, na Pont Alexander.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Que tal? Pareceu confuso? Daí em
diante o que vemos é um dia na vida dessa figura trafegando por Paris em sua
limousine, assumindo temporariamente os personagens mais diversos, desde um
senhor idoso à beira da morte, um assassino, e até uma figura grotesca que
circula por esgotos e cemitérios e come dedos de mocinhas desavisadas. Tudo,
claro, filmado com muito(s) estilo(s) e inspiração. Aos poucos, vamos nos dando
conta que provavelmente aquele é o universo das pessoas “que vivem dentro da
tela” e, por isso, me remeteram às minhas aventuras imaginárias da infância. Só
que em uma versão adulta e estilizada, claro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Entendo que o mote principal do
filme é uma grande homenagem ao cinema, apresentando um elegante mosaico de
personagens e estilos cinematográficos, além de certamente fazer diversas
provocações críticas às diretrizes que a sétima arte vem tomando atualmente,
mas com muita metáfora e poesia (pense na dança erótica das criaturas virtuais).
Existe até espaço para uma alusão a videoclipezação do cinema, com um intervalo
musical no melhor estilo plano sequência a la <a href="http://www.youtube.com/watch?v=Ji3pX-1Ikhk" target="_blank">Beirut</a> e <a href="http://www.youtube.com/watch?v=QW0i1U4u0KE" target="_blank">Banda mais bonita da cidade</a>.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Subrepticiamente entendo que o filme
funcione como uma ode ao ofício dos atores. Denis Lavant
revela-se absolutamente genial na construção do Sr. Oscar e de seus tipos, nos
dando alguma dimensão do quão elaborado deve ser o trabalho desses
profissionais na composição de seus personagens. Neste sentido, fica evidente o
quanto a atuação é uma grande obra de arte a depender da inspiração e talento
do artista que a desempenhe.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda, a película também serve, é claro, a belas
reflexões sobre as vidas das pessoas “fora da tela”. Desde questões como o
excesso de “compromissos” da vida moderna até o sentido “da coisa toda”, cada
fotograma abrange uma miríade de possibilidades interpretativas (pense nas
lápides do cemitério de Pére Lachaise com a inusitada inscrição “Visite meu
website” nos epitáfios). E é extremamente inspirador que o camaleônico Sr.
Oscar responda, quando indagado sobre o porquê de levar a frente aquela tarefa
que se revela tão extenuante, que a sua motivação maior é a “beleza do gesto”.
Dá o que pensar, não é verdade? </div>
Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-30548364644439482392012-12-07T17:09:00.000-08:002012-12-07T17:09:38.134-08:00Sobre pais e anjos<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Roberto Carlos certamente estava
muito inspirado quando escreveu essa canção. Acho que ela toca tão profundamente
porque, de uma maneira geral, todos os pais, em algum momento, falaram de anjos
para os corpos febris de seus filhos. E acho genial a forma dele tratar esse amor
como mentira. Pode ser um paradoxo, mas é poesia. E é lindo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Isso tudo por que eu queria deixar aqui registrado meu apelo ao amor nesta relação tão sagrada, porém não menos complexa, que é a existente entre pais e filhos. Neste dia que marca os 7 anos da morte de meu saudosíssimo pai posso dizer que ele ainda é o meu maior e melhor amigo e que, felizmente, eu sempre soube disso de alguma forma. Eu sei que nem todo mundo tem/teve uma boa relação com o seu, então fica o convite para ressignificá-la, ao menos para você.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/iflj_vs1NvU" width="420"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-38499037809692345702012-10-23T17:25:00.001-07:002012-10-23T17:25:37.235-07:00Imagine só<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVSR_7Fqp3BiYTCNeZaTM32iqV-GIV2gyeRq9uUIFV8ZeoIEBuntWpDXXUOdN7yNxnAUzw2fT8lrDcHs1BxdFxhWh_Nv0tBCnDtMPwGMA1kULYIwE_M2LWsAWGpfCDiSYpy5VuoU4NTek/s1600/imagina%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVSR_7Fqp3BiYTCNeZaTM32iqV-GIV2gyeRq9uUIFV8ZeoIEBuntWpDXXUOdN7yNxnAUzw2fT8lrDcHs1BxdFxhWh_Nv0tBCnDtMPwGMA1kULYIwE_M2LWsAWGpfCDiSYpy5VuoU4NTek/s320/imagina%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.899999618530273px;">P. S.: </span><em style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.899999618530273px;">"Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro. Arte não tem pensa: O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo. Isso seja: Deus deu a forma. Os artistas desformam. É preciso desformar o mundo: Tirar da natureza as naturalidades".</em><br />
<em style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Verdana, Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.899999618530273px;">[Manoel de Barros salve salve]</em>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-17056762018015072232012-07-26T19:57:00.000-07:002012-07-26T19:57:16.241-07:00Pistas sobre mim<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu não tenho noção de nada. Eu só sei das coisas que eu
penso, mas mesmo assim, muito pouco. Às vezes parece que tudo é eco, não há
nada definido, nem definitivo. Das pessoas e das coisas, então, a única
referência que eu tenho é que ensaiam engatilhar processos dentro de mim. Só
que com meus próprios códigos, com meus próprios signos. De tão improvável, é
mais plausível que a comunicação seja impossível. É isso. Sou egoísta. Sou auto
centrado. Busco somente me sentir bem. Sou um hedonista, meu bem. E quem não é,
nestas circunstâncias? Não conheço ninguém em sã consciência que deseje o
próprio azar. Até para o masoquista, dor é prazer.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas são só suposições. Pode ser que tudo não passe de uma
grande humildade em se enxergar. Talvez eu seja mesmo um anjo caído injustiçado
por Deus que, na verdade, morre de inveja de mim. Pode ser que, na verdade, eu
tenha total consciência do que acontece comigo, dos automatismos viscerais aos
ciclos cósmicos dos meus corpos astrais, passando por todos os sentimentos,
emoções e sensações, devidamente catalogados e classificados taxonomicamente,
que eu sei reconhecer, gerenciar e manipular, e que eu saiba objetivamente a
solução para tudo e para todos, conciliando o meu bem com o bem comum.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas, quem pode me garantir? Quem pode me desdizer?</div>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-91951956796908118642012-06-11T19:18:00.000-07:002012-06-11T19:18:29.366-07:00Pacificação<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Quer acabar com a violência? Pois comece em você mesmo. </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Reduza as ambições. </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Controle seus ódios.<br />Apague seus ressentimentos.<br />Cultive honestidade.<br />Fale a verdade.<br /><br />Faça o maior bem que puder.<br />Apague as lágrimas dos que choram.<br />Ampare os que estão sofrendo.<br />Perdoe aqueles que, por ignorância e inferioridade, o feriram.<br /><br />Reduza suas tensões.<br /><br />Alegre-se com a felicidade dos outros.<br />Pense no bem dos outros antes de pensar no seu.<br /><br />Que meu coração em Paz propicie Paz a todos.<br /><br /><br />Professor Hermógenes (Livro Deus investe em você, página 86.)</span>
<br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiC-Kl4LwmdPIyzmTbmsT7rnFlsHIzDrQsVsOmUCebYAfDO8TFJVwG3I-aQb4j4qMa7Qwl13T1lZ0WSiK3iferyV6m6vrxUB6l_fv8iYukL3SxThClg73XRO__daQTbEqMoFjA00bAYDk/s1600/389743_3728810073088_994098345_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiC-Kl4LwmdPIyzmTbmsT7rnFlsHIzDrQsVsOmUCebYAfDO8TFJVwG3I-aQb4j4qMa7Qwl13T1lZ0WSiK3iferyV6m6vrxUB6l_fv8iYukL3SxThClg73XRO__daQTbEqMoFjA00bAYDk/s320/389743_3728810073088_994098345_n.jpg" width="320" /></a></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br /></span>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-43776498202787457062012-03-08T14:54:00.001-08:002012-03-08T15:00:47.211-08:00ou catador de poesia (ou ainda: Salve o poeta Manoel de Barros!)<span style="background-color: white;">I. Matéria de Poesia<br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">I.</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Todas as coisas cujos valores podem ser </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">disputados no cuspe à distância </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">servem para poesia.</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">O homem que possui um pente </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">e uma árvore </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">serve para a poesia.</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Terreno de 10 x 20, sujo de mato — os que</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">nele gorjeiam: detritos semoventes, latas</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">servem para poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Um chevrolé gosmento</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Coleção de besouros abstêmios</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">O bule de Braque sem boca</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">são bons para poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">As coisas que levam a nada </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">têm grande importância.</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Cada coisa ordinária é um elemento de estima</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Cada coisa sem préstimo</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">tem seu lugar </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">na poesia ou na geral</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">O que se encontra em ninho de joão-ferreira:</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">caco de vidro, garampos,</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">retratos de formatura,</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">servem demais para poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">As coisas que não pretendem, como</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">por exemplo, pedras que cheiram </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">água, homens </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">que atravessam períodos de árvore, </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">se prestam para poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">e que você não pode vender no mercado</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">como, por exemplo, o coração verde </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">dos pássaros, </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">serve para poesia.</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">As coisas que os líquenes comem</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"> — sapatos, adjetivos — </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">têm muita importância para os pulmões</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">da poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Tudo aquilo que a nossa</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">civilização rejeita, pisa e mija em cima,</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">serve para poesia—</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Os loucos de água e estandarte</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">servem demais</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">O traste é ótimo</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">O pobre-diabo é colosso</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Tudo que explique </span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"> o alicate cremoso</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"> e o lodo das estrelas</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">serve demais da conta</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Pessoas desimportantes</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">dão para poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">qualquer pessoa ou escada</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Tudo que explique</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"> a lagartixa da esteira</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"> e a laminação dos sabiás</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">é muito importante para poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">O que é bom para o lixo é bom para a poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Importante sobremaneira e a palavra repositório;</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">a palavra repositório eu conheço bem:</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"> tem muitas repercussões</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">com um algibe entupido de silêncio</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"> sabe a destroços</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">As coisas jogadas fora</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">têm grande importância</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">— como um homem jogado fora</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Aliás é também objeto de poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">saber qual o período médio</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">que um homem jogado fora</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">pode permanecer na terra sem nascerem</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">em sua boca as raízes da escória</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">As coisas sem importância são bens de poesia</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">Pois é assim que um chevrolé gosmento chega</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">ao poema, e as andorinhas de junho.</span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br />
<span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 21px;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="369" src="http://www.youtube.com/embed/1BVp9B8x53M" width="500"></iframe></span></span><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><b style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;"><br />
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Manoel de Barros</b><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><br style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;" /><span style="font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: 14px; line-height: 21px;">(Barros, Manoel de. Poesia Completa. São Paulo. Editora Leya. 2010)</span></span>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-10811678865107333502012-02-27T12:09:00.003-08:002012-03-08T15:02:58.821-08:00O sentido da vida<h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}" style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Pergunta: Qual é o sentido da vida? </span></span></h6><h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}" style="font-size: small; font-weight: normal;">"Se você toma a palavra "sentido" como sendo "objetivo", o sentido da vida, certamente, não pode ser a morte. Se a morte é o sentido da vida, então, evidentemente, não preciso nascer - o objetivo sendo a minha ausência. Se me encontrava ausente antes de nascer, não preciso nascer para não existir. Assim, não posso dizer que a morte seja o objetivo da vida.<br />
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Nem posso dizer que outra coisa mais do que a própria vida seja o objetivo da vida. Por consequinte, o seu sentido ou objetivo tem de ser encontrado dentro da própria vida. Eu diria que o objetivo da vida é apenas viver. A morte acontece, mas não é o objetivo da vida. E, desde que o sentido da vida é viver, a pergunta seguinte passa a ser "o que é viver?".<br />
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Não posso dizer que estou vivo quando não estou vivo para a realidade da vida. Não estar vivo para a realidade da vida é sonhar, viver uma vida de sonhos, falsa, o que significa não viver. Por essa razão, o sentido da existência deve ser viver uma vida verdadeira. Viver é o sentido. Viver implica em uma vida com significado; de apego à verdade, uma vida onde as realidades são confrontadas.<br />
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Estar vivo, então, é estar vivo quanto às realidades da vida, às realidades de minhas buscas e de minhas lutas. Quão desejáveis são os objetivos que procuro atingir? Até que ponto serão capazes de prover o que desejo? Será que me farão uma pessoa feliz e realizada? Para que eu possa estar vivo para essas realidades, os objetivos que busco devem ser examinados e entendidos apropriadamente.<br />
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Devo também considerar a pessoa que está lutando - eu. Quão válido é lutar? Lutar implica uma pessoa insatisfeita, uma pessoa insatisfeita consigo mesma. Quão válida é essa auto-insatisfação? Com o que eu não estou satisfeito? Estou insatisfeito com o meu físico? Com a capacidade intelectual de meus pais? Estou insatisfeito com a minha competência? Estou insatisfeito com a minha mente, minha capacidade de pensar, minha memória e minhas emoções? Com o que não estou satisfeito? Se existe uma auto-insatisfação, tudo isso deve ser examinado.<br />
<br />
Se essas realidades não são examinadas e eu busco satisfação, a minha busca não tem sentido. Essas perguntas cruciais devem ser respondidas para que possamos encontrar o sentido da vida. Devo ter um domínio sobre essas realidades. E se eu não estou satisfeito comigo mesmo, se todos esses fatores, ou mesmo alguns deles, que me constituem, não são considerados satisfatórios, como posso remediar essa situação? Será que os vários objetivos que busco me ajudarão? Terei eu, até mesmo, algum objetivo capaz de alterar a situação?<br />
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Mesmo se estivermos insatisfeitos com o nosso corpo e sua aparência, ou com nossa mente, nós não despendemos todo o nosso tempo tentando mudá-los. Isso porque também aspiramos a muitos outros fins na vida, tais como poder ou dinheiro, fama, influência e controle. Podemos esperar a mudança de nosso corpo ou mente através de alguns desses objetivos? Eu penso que não. Até agora ninguém realizou tal coisa.<br />
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Suponha que você tente mudar seu corpo, como irá fazê-lo? E mesmo que consiga fazê-lo, por quanto tempo irá conservá-lo? Tais objetivos são sem sentido. Você não pode esperar mudar o seu corpo para sempre, porque ele tem suas intrínsecas limitações. Por consequinte, ninguém vai, satisfatoriamente, mudar o seu corpo.<br />
<br />
O que significa mudar a mente? É com a mente que estou insatisfeito? O problema é que me encontro insatisfeito comigo mesmo, não com o corpo ou com a mente. Se eu sou o corpo e a mente, então não há uma maneira efetiva de mudá-los. E se eu sou muito mais do que o corpo e a mente e estou insatisfeito comigo mesmo, então devo examinar minuciosamente o que é esse ser.<br />
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Porque as realidades envolvem aquele que com elas lida - eu, devo, em primeiro lugar, ter um comando sobre a realidade que me diz respeito. Tudo o mais vem depois e tomará conta de si mesmo. Devemos também entender as realidades do mundo, mas o sentido da vida começa comigo. Não vejo nenhum outro sentido. Nascer como uma criança significa que meu corpo está incompleto, ainda não desenvolvido. Assim como um botão tem de florescer, o corpo de um bebê tem que se tornar adulto. Por essa razão, o sentido da vida pode ser apenas viver - crescer. A vida continua, mas primeiramente, como um ser humano com um corpo de criança, tenho que fisicamente me tornar um adulto. E desde que tenho uma mente pensante, eu deveria presumivelmente ter uma certa disciplina para aprender - o que também é crescimento. Conseqüentemente o crescimento em si mesmo seria o sentido da vida.<br />
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Uma vez que eu tenha crescido fisicamente, sou considerado um adulto. Entretanto, há uma outra área de crescimento denominada crescimento interior, crescimento emocional ou crescimento moral, que está centrada em minha vontade. Este crescimento, também, é o sentido da vida. Tenho que crescer até atingir a minha realização. O sentido da vida, portanto, é tornar-se um ser humano pleno e completo.<br />
<br />
Obviamente, maturidade implica na estima de nós mesmos e do mundo. Se nos sentimos perseguidos pelo mundo, esse senso de perseguição vem ou de nós mesmos ou do mundo externo. Se o mundo não me oprime mais do que a outrem qualquer e, ainda assim, me sinto perseguido, então eu deveria saber que o sentimento de perseguição vem de mim mesmo.<br />
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Conquanto essa condição possa ser chamada de doença mental, eu a chamo de imaturidade emocional porque o problema é próprio de uma criança, ainda que a pessoa com o problema tenha um corpo de adulto e, até certo grau, uma mente adulta. As situações vividas por essas pessoas são, todas, condizentes com a fase adulta. Ela não é mais protegida por seus pais, nem é mais necessário este tipo de proteção. A pessoa, fisicamente, biologicamente, é um adulto. Pode já ter se casado, ser pai/mãe ou avô/avó. Mesmo assim a criança de seu interior ainda parece ter uma influência sobre a pessoa, governando seu comportamento e reações frente ao mundo.<br />
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O que estou dizendo é que algo que aconteceu a essa pessoa, quando criança, não foi trabalhado. A percepção infantil é inevitável. O problema é comum a todos, não há exceções. Durante o seu desenvolvimento a criança descobre um ego. No segundo ano de sua vida, esse ego é absoluto. É por isso que o segundo ano de vida de uma criança é às vezes chamado como o "Terrível Dois" (em inglês, Terrible Two). No terceiro ano, porém, a criança descobre outros egos, algo que é também muito humilhante e submisso.<br />
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Como criança, você constata que sua mãe tem seu próprio ego e seu pai, o dele. Todos à sua volta têm um ego e quando você vai para a escola, está cercado por nada mais que egos - cada um dos quais você considera bastante desconcertantes, pois você acaba de sair de um ego absoluto. Um ego absoluto é como o ego do Senhor. Partindo desse ego, você se encontra em um estado onde reconhece todos esses egos - sem ter nenhum dado para lidar com eles.<br />
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A descoberta de todas essas mentes e idéias conflitantes é um estágio muito confuso de seu desenvolvimento. Existe também um natural temor. Você se sente ameaçado por todos que o rodeiam por serem todos tão grandes. Você se admira, como se admirou o jovem escolar em Village Schoolmaster, de Goldsmith, que tanto material pudesse sair da cabeça tão pequena do professor. Esse é exatamente o ponto de vista de uma criança quando se confronta com os gigantes do mundo, todos eles parecendo saber tanto.<br />
<br />
A criança não sabe que essas pessoas são igualmente confusas. Ela julga que todos são o máximo em tudo e os respeita a todos, ainda que eles, também, tenham de lidar com os seus próprios problemas da infância. Caso não os tenham trabalhado, carregam necessariamente dento de si uma criança. Um pai de uma criança carrega sua própria criança, o mesmo ocorrendo com a mãe da criança. Conseqüentemente, cada um é, ao mesmo tempo, uma criança e um adulto. Essa pessoa criança-adulta está presente em toda sociedade.<br />
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Em tal sociedade, há naturalmente prováveis situações conflitantes e a criança tem que lidar com todas elas. Baseada nessas situações, ela aprende a confiar deveras no mundo ou, definitivamente, a não confiar. Uma criança que muito confia pode ser abusada por outro, ao passo que uma criança que não confia no mundo vai pensar: "O mundo está sempre lá fora para me pegar". Esta resposta conduz a problemas que os psicólogos chamam de distúrbios de caráter.<br />
<br />
Um problema comum é o sentimento de culpa. Uma criança cujos pais brigam todo o tempo pode pensar que é a responsável e sentir-se culpada. Tais conflitos criam uma baixa auto-estima e levam a uma espécie de neurose, um problema psicológico que todos, em certo grau, têm. Essa desordem continua pela vida afora, arruinando também a percepção do adulto.<br />
<br />
Quando você vai tratar dessa desordem? A menos que olhe para você mesmo, como irá lidar com isso? Eis aqui onde entra a maturidade emocional. Você pode resolver problemas de infância através do entendimento de todo o processo, reconhecendo tudo que aconteceu e observando o passado que foi enterrado. Você apenas aceita o que aconteceu antes, bom ou ruim. Tratar de problemas que existem, referentes ao passado, é ter uma certa maturidade. É um modo maduro de ver-se a si mesmo.<br />
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Então, mais uma vez, você olha o mundo do mesmo modo. De fato, se você pode simplesmente aceitar seu próprio passado, então lhe será mais fácil aceitar também o mundo. O mundo pode apenas existir. O modo maduro de olhá-lo é não desejar o seu controle. Nem você pode controlá-lo. Se você quer controlar o mundo, mas é incapaz, você se sente controlado. Você pode agir no mundo, mas não pode ter sobre ele um controle absoluto. Um dos traços mais predominantes nas pessoas é este: a tentativa de controlar de várias formas o mundo. Isto é o que chamamos de imaturidade. Que controle você tem? Não tem nenhum; pode apenas acomodar as coisas, entender e fazer o que puder. Certos poderes podem lhe ter sido dados para fazer alguma coisa: compreender, organizar, reorganizar e reunir tudo. Todo mundo tem certos poderes, e com esses, você faz o melhor que pode.<br />
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Aceitação não é meramente engolir tudo; é a aceitação de uma dada situação como ela é, fazendo o que é apropriado àquela situação. Assim, agir é ganhar uma maturidade que é a maioridade emocional. Esta maturidade pode ser estendida mais adiante, incluindo um modo maduro de entender os valores, com referência à nossa interação com o mundo.<br />
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Começar a fazer perguntas tais como: "Por quê não tenho nenhum controle?", pode também conduzir a uma apreciação de Isvara, o Senhor. Não precisamos subordinar essa apreciação à maturidade, mas pode ser visto também dessa maneira; nessa aceitação de Isvara reside um outro aspecto de um modo de viver maduro. Aceito Isvara, o Senhor, porque não tenho nenhum controle. Quando não tenho nenhum controle, então aprecio Isvara. Pode haver, por essa razão, uma certa entrega com referência ao que aconteceu no passado e ao que acontecerá no futuro. E faço o que posso. Se há uma apreciação de Isvara, há uma ordem, há um sentido na vida. As coisas estão acontecendo e, por conseguinte, aceito o que vem para mim e faço o que é para ser feito.<br />
<br />
Eu questiono essa apreciação de Isvara sob o aspecto de Karma Yoga, o que pode ser considerado como uma vida religiosa, que é também parte do viver-se com maturidade, desde que, naturalmente, a religião seja apropriadamente entendida. Isvara é para ser entendido apropriadamente e, na medida que temos esse entendimento, está a nossa maturidade.<br />
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Maturidade emocional implica em um entendimento das estruturas dos valores e prioridades. Nossas prioridades devem ficar muito claras em referência aos valores. Há valores universais e há outros determinados valores, tais como um valor pelo dinheiro, pelo poder, nome, influência ou controle, que são valores mas não são, necessariamente, universais.<br />
<br />
Uma pessoa pode ser feliz sem dinheiro, por exemplo, ao passo que valores como falar a verdade e não ferir os outros são valores universais. Há uma série de outros valores universais, como não roubar, compaixão, amizade e servir ao próximo. Estes são, todos, valores que respeitamos com referência ao comportamento dos outros.<br />
<br />
Quero que todos sejam amistosos comigo, não representando nenhuma ameaça para mim, ajudando-me quando necessário e dizendo-me somente a verdade. Quero que ninguém me roube ou minta para mim. Tudo isso eu valorizo, significando que sou limpo de caráter, absolutamente ético no que diz respeito ao comportamento das outras pessoas. Nisso sou absoluto. (Entretanto, quanto ao meu próprio comportamento, tenho alguns problemas). Sei que você também espera de mim o mesmo procedimento. Isto significa que tenho valores, ainda que eles possam não ser propriamente entendidos.<br />
<br />
O valor dos valores geralmente não é entendido. Os valores são conhecidos por mim. Sei o que são, mas o valor de cada um dos valores não foi assimilado. No que se refere ao valor dos valores, preciso ser educado. Ou eu mesmo me educo, ou torno-me educado com a ajuda de alguém.<br />
<br />
Se alguém lhe diz para falar a verdade, a coisa torna-se bem semelhante a um sermão. Você sabe bem que deveria falar a verdade. Do mesmo modo ninguém precisa dizer-lhe que não roube. Isto você também sabe muito bem. Não é necessário que ninguém lhe diga para não roubar, porque você também não deseja que a sua propriedade seja roubada por ninguém. Dessa forma, todos esses valores universais são conhecidos por você. O pregador de valores é portanto imaturo e aquele que o escuta, acenando afirmativamente sua cabeça, naturalmente, também o é.<br />
<br />
Por quê eu não deveria roubar? Qual é o exato valor do não-furtar? Quando roubo ou firo alguém, como sou realmente afetado? Perco alguma coisa? Somente se eu tiver algo a perder, existirá um valor, caso contrário, não. Para que alguma coisa seja um valor, a sua não observância por mim deve, irrevogavelmente, me conduzir a uma perda. A compreensão da imensidade de minha perda, quando me coloco contra um valor, é que me torna maduro.<br />
<br />
Na medida em que aprecio a minha perda, me torno maduro, o que implica educação. Tenho de conhecer o valor dos valores acidentais, como dinheiro, poder, etc. Por estarem estes outros valores muito bem assimilados, terei problemas de prioridade em termos de quais valores a serem seguidos por mim.<br />
<br />
Por exemplo, devo falar a verdade e perder o dinheiro que ganharia recorrendo a uma mentira? Ou devo, para ter o dinheiro, lançar mão da mentira? Obviamente, tenho um conflito a respeito de como agir e, sem dúvida alguma, farei aquilo que para mim for de maior valor. Se para mim o dinheiro representar mais do que a verdade, então a educação do valor não ocorreu.<br />
<br />
Se analisarmos esse problema prioritário particular, encontraremos novamente uma falta de maturidade. Em termos de valores e gerenciamento emocional, existe imaturidade. No que você começa a lidar com esse problema, ocorre um amadurecimento, uma tentativa de amadurecer. De outra forma, você permanece imaturo, ainda que atinja os noventa ou cem anos."</span></h6><h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}" style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Swami Dayananda Saraswati</span></span></h6><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw9MxeEOkqdGaWA3EdlQp52l_5Otj9IEd3DFk-HubFWrQhxyq0qF50MM__GfJFu7vAai0NZd6K1zuc-dBDrljUAlz2y1AEQ6RwU5nN7b1Vncs4dDwnlr07PI7-2yIGYW2R1YxgrKw7gdc/s1600/Swami.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw9MxeEOkqdGaWA3EdlQp52l_5Otj9IEd3DFk-HubFWrQhxyq0qF50MM__GfJFu7vAai0NZd6K1zuc-dBDrljUAlz2y1AEQ6RwU5nN7b1Vncs4dDwnlr07PI7-2yIGYW2R1YxgrKw7gdc/s320/Swami.jpg" width="290" /></a></div><h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}" style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></h6><h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}" style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Que bela lógica, não, amigos?</span></span></h6><h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}" style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Uma semana abençoada a todos! </span></span></h6><h6 class="uiStreamMessage" data-ft="{"type":1}"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}" style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></h6>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-5830928986550682552012-02-01T14:37:00.000-08:002012-02-01T14:37:59.963-08:00"Millenium - Os homens que não amavam as mulheres"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNvUboETzNiski2PEyLUA08c41e8Oh793xIcLZMsXaAFtouPtWdAP0Pa4Fw2Pedh_ajRI3V5Xg1SM4bAKSFny3orGfh-q3QN483V3OVOnEbeXFZHXgqTkV7jFQk8VPCjIL6_35sT8avRQ/s1600/MIllennium-Os-Homens-que-n%25C3%25A3o-Amavam-as-Mulheres-cartaz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNvUboETzNiski2PEyLUA08c41e8Oh793xIcLZMsXaAFtouPtWdAP0Pa4Fw2Pedh_ajRI3V5Xg1SM4bAKSFny3orGfh-q3QN483V3OVOnEbeXFZHXgqTkV7jFQk8VPCjIL6_35sT8avRQ/s320/MIllennium-Os-Homens-que-n%25C3%25A3o-Amavam-as-Mulheres-cartaz.jpg" width="217" /></a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Impliquei quando descobri que Hollywood iria fazer uma versão de “Os homens que não amavam as mulheres”, se já existia uma caprichada versão sueca.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Aí hoje relembrei duas coisas: </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">1- Jamais se deve subestimar a competência de Hollywood quando o assunto é thriller;</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">2- Por que se contentar com uma versão caprichada se é possível uma versão fantástica?</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">David Fincher, com todo respeito, dá uma baita aula para os suecos de como fazer um thriller adaptado ser interessante, respeitando a essência, captando a atmosfera, todavia sem soar excessivamente literal.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sei que corro o risco de soar injusto. Já faz muito tempo que vi o sueco, mas lembro bem de algumas sensações que tive. A primeira foi de surpresa. <s>Conhecia</s> Conheço muito pouco do cinema sueco e ver uma obra daquela qualidade fora de Hollywood foi bem surpreendente. Sim, eu sei que, apesar de sueco o filme segue a cartilha de Hollywood (o que me faz pensar sobre como seria um thriller que não a seguisse, mas eu divago). Sim, eu sei que existe cinema fora de Hollywood. Só o que quero dizer é que o filme me divertiu e acho que, no fim das contas, apesar das “críticas ao sistema” que a obra traz, seu principal objetivo é, sim, divertir. Contudo, a segunda sensação foi a de que faltou ousadia principalmente quanto a questão da excessiva literalidade.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Fincher tem a vantagem de apresentar a segunda versão (que só é vantagem se ele assistiu a original, obviamente). Possivelmente, teve tempo de analisar e apresentar soluções melhores para a adaptação (se você leu o livro e viu os filmes, pense na gritante, porém eficiente mudança no enigma principal, que enxugou e economizou minutos que possivelmente tornariam o final um tanto arrastado), mas isto é só uma hipótese. Fincher já deu <a href="http://www.youtube.com/watch?v=omk-3z1a5xc" target="_blank">mostras</a> de <a href="http://www.youtube.com/watch?v=Fs0-4NLSO2Y" target="_blank">sobra</a> em sua <a href="http://www.youtube.com/watch?v=lB95KLmpLR4" target="_blank">carreira</a> de que não precisa deste tipo de vantagem quando se tem o seu talento.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Quanto a questão Lisbeth Salander e suas intérpretes: Fico com Noomi Rapace. Teve algo nela que me impactou mais do que esta, de Rooney Mara, que também é excepcional, diga-se. Talvez tenha sido porque vi Rapace primeiro, bem próximo a época da leitura do livro, ou porque talvez seja melhor mesmo, mas Mara também é capaz de nuances absolutamente geniais (algo nos desvios do olhar, nos ombros curvados, mesmo quando Lisbeth usa alguns disfarces luxuosos). Também senti falta de uma tatuagem de dragão maior e da Billys Pan Pizza, lanche preferido de Lisbeth, marotamente substituído por Mc Lanches Feliz e afins. Mas é claro que isso não é culpa de Mara.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A fotografia me remeteu a “Se7en” em inúmeros momentos e a produção de arte caprichou nas locações e cenários, muito embora a cabana de Mikael em Hedestad que imaginei (possivelmente seguindo as descrições do livro) não fosse tão clássica como a mostrada neste filme, o que tampouco retira os méritos desta frente de trabalho.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Por fim, “Os homens que não amavam as mulheres” é um filme adaptado de um livro que dispensa sua leitura prévia (que, porém, recomendo seja feita em algum momento) que não deixa nada a dever aos fãs da série e do gênero, com grandes possibilidades de se tornar um clássico, e que já me deixou ansioso para as novas versões de “A menina que brincava com fogo” e “A rainha do castelo de ar”.</div>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-70858972814712946492012-01-21T13:24:00.000-08:002012-01-21T13:24:38.113-08:00Auto-notas: Medo<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O medo é sempre uma ilusão, mas ainda é um mecanismo útil para a sobrevivência, o crescimento e o aprendizado. Não ter medo de morrer não significa aspirar ao suicídio, mas apenas ver a morte como um fato biológico natural da vida e, principalmente, ter a coragem do desapego.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">***</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quis falar sobre a morte por que é o maior dos medos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">***</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez a principal função do medo seja justamente vencê-lo. Nada mais prazeroso do que dirigir-se deliberadamente para as situações que nos colocam medo com coragem, mas com uma coragem humilde, de quem conhece os próprios riscos, só que almeja patamares mais elevados. A coragem de quem sabe perder, mas que está disposto a aprender com a derrota e não só a se lamentar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">***</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(Mais uma vez: O suicídio é uma opção burra porque, por motivos óbvios não nos permite aprender, nem lamentar. Isso sem mencionar que, para a maioria das teorias da sobrevivência da alma, o destino dos suicidas no Além é dos mais desagradáveis.)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">***</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim, é necessário ter uma sabedoria em relação ao medo. Conhecer as nossas vulnerabilidades é o primeiro passo; tratar dos medos neuróticos, o segundo; enfrentar e crescer com os "reais", o terceiro, por que estes foram feitos para serem enfrentados e, sempre que possível, vencidos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">***</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Escrevo para mim. O plural é majestático.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-53337847490299093992011-12-31T13:30:00.000-08:002011-12-31T13:30:04.697-08:00Uma questão de pílulaHá uma frase atribuída a Chico Xavier que diz que para conseguirmos algo que nunca tivemos, devemos fazer algo que nunca fizemos. A frase é de uma sabedoria simples, dessas que a gente esquece na confusão louca do nosso dia a dia, e sempre acaba achando mesmo que conseguiremos algo diferente repetindo nossos padrões doentios. Esta frase do Chico me lembra outra, atribuída a Einstein que diz que loucura é fazer a mesma coisa repetitivamente, e esperar resultados diferentes. Outra obviedade que nos escapa na nossa insistente tendência à inércia do trilhar caminhos já percorridos.<br />
<br />
A questão é que sempre chega um momento em que uma mudança é inevitável. Você não irá necessariamente morrer se não mudar, mas certamente vai conhecer algo pior que a morte, que é a frustração, ou seja, ser pouco mais (ou menos?) que um morto-vivo.<br />
<br />
Contudo, um ponto que me intriga é a multiplicidade de opções que muitas vezes se descortina. Não é uma simples opção maniqueísta entre uma pílula vermelha ou uma azul - que invariavelmente, pelas características de cada qual, já evidenciam qual a que deve ser cobiçada - mas uma infinidade de matizes que não necessariamente se mostram melhores ou piores entre si. Além do mais, algumas escolhas são únicas e definitivas, não comportam o meio termo. A água precisa ferver para o café fazer a infusão e o congelador precisa manter uma temperatura abaixo do de<span style="font-family: inherit;"> <span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">5</span><sup style="line-height: 115%;">o</sup><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">C</span></span> para que o sorvete não derreta. Ou seja, para algumas coisas existe um ponto ótimo. O difícil, muitas vezes, é saber quais são essas coisas e, além disso, quais seus pontos ótimos. Pensando numa resposta para esse problema, imediatamente me recordo da "Prece da Serenidade", muito utilizada pelos álcóolicos/narcóticos anônimos. É uma prece que pede a Deus "a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir uma das outras". Assim, tudo se resume a uma questão de sabedoria.<br />
<br />
Sabedoria não é só intelecto, entendo que sabedoria é o resultado de nossa experiência de vida, é o que aprendemos com nossas escolhas e com os nossos sentimentos. Entendo igualmente que não é algo que ocorre espontaneamente, mas algo que nos esforçamos por construir, observando a nós mesmos, nossos sentimentos, pensamentos e atos e, principalmente o resultado dos mesmos em nossas vidas. Requer meditação, método e persistência.<br />
<br />
Quando Neo é levado pela primeira vez a Morpheus, ele sabe que há algo estranho no ar, que optar pela pílula azul não é realmente uma opção, mas o que ele já tem. A pílula vermelha é que vai apresentar para ele alguma novidade. Na verdade, vendo o filme, vamos descobrir que a pílula vermelha não apresenta qualquer novidade, mas "A" novidade, que é uma verdade absoluta sobre quem Neo realmente é e sobre o que é a Matrix.<br />
<br />
Enfim, espero que em 2012 tenhamos a sabedoria necessária para escolher o melhor caminho para descobrirmos a nossa verdade e vivenciá-la na sua plenitude.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeLSrzIAt2bSxRuGOb40ZxHAlUb2cgbsS6iIJpKAq-kz6cORnyqL9uIlRi5CSxJTVSaO1m06NUq_uNYNNvWh6ApsjCwIfIafW7GXJYDtSeRMDE69odc-2WNNCzyetleUSvaIxwaKzJWYs/s1600/red-blue-pill.png" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="214" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeLSrzIAt2bSxRuGOb40ZxHAlUb2cgbsS6iIJpKAq-kz6cORnyqL9uIlRi5CSxJTVSaO1m06NUq_uNYNNvWh6ApsjCwIfIafW7GXJYDtSeRMDE69odc-2WNNCzyetleUSvaIxwaKzJWYs/s320/red-blue-pill.png" /></a></div>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-12653103857912779282011-10-31T18:44:00.000-07:002011-10-31T18:44:54.317-07:00A flor e a náuseaMinha humilde e despretensiosa homenagem a Carlos Drummond de Andrade, neste dia do seu aniversário.<br />
<br />
<iframe width="480" height="360" src="http://www.youtube.com/embed/hzIKfszsw1I" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
<br />
Bravo Drummond!Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-87803103746497534852011-10-04T09:38:00.000-07:002011-10-04T09:40:28.715-07:00Relembrando Francisco<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmNBoJEY_10VwFhq5nx81tXgizwhsL8Sb0JuW1E5wPfg93SEKLYlsRPCArhmGep48OoFFFeE8GpVDor61u2nD7sUxhkH1f__ydiNmxYYWXMC_5dUxaPShpIUlg30n7yc0XwKSl7l-4kDY/s1600/sao_francisco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmNBoJEY_10VwFhq5nx81tXgizwhsL8Sb0JuW1E5wPfg93SEKLYlsRPCArhmGep48OoFFFeE8GpVDor61u2nD7sUxhkH1f__ydiNmxYYWXMC_5dUxaPShpIUlg30n7yc0XwKSl7l-4kDY/s320/sao_francisco.jpg" width="208" /></a></div>Ele era um rapaz de origem nobre, fascinado por histórias de cavalaria e extremamente popular entre a juventude de sua época. Tinha fama de conquistador, andava bem vestido e, dizem, tinha algum apreço por bebidas e folguedos.<br />
Um dia teve uma visão. E não hesitou em fazer-se nu de todo ego a fim de morrer para viver para a vida eterna. Mudou a sua vida e a história da Humanidade. Ele era Francesco Bernardone, de Assis. Ou Francisco de Assis, ou Irmão Alegria, ou <i>il poverello</i>.<br />
Há, no filme de Zefirelli sobre sua vida, "Imão sol, irmã lua" (que é pura poesia devocional, senhores!), uma passagem que me é muito cara. Francisco vai ao Vaticano pedir permissão ao Papa para fundar sua Ordem. Vestido praticamente em andrajos, junto com seus companheiros, obviamente não é visto com bons olhos pelo clero frívolo e opulento que dominava a reunião, em um primeiro momento. Entretanto, a beleza de sua presença humildemente sincera e sinceramente humilde, consegue comover o Sumo Pontífice. O filme dá a entender que Inocêncio III chega a sentir certa inveja da paixão e da verdade que viu nos olhos do rapaz, tanto assim que arremata o encontro com uma frase que considero lapidar:<br />
"Na nossa obsessão pelo pecado original, frequentemente nos esquecemos da inocência original"<br />
Bonito, não? A mensagem de Francisco não poderia ser melhor resumida. Por mais que esta frase jamais tenha saído da boca do Papa e que o filme apresente uma versão romantizada, vale a reflexão.<br />
Francisco conseguiu a permissão e graças a este feito é tido por muitos como o principal responsável por manter acesa a chama do verdadeiro cristianismo numa época em que a sua versão institucionalizada estava contraditoriamente no auge de seu poderio político, bélico e militar.<br />
Abaixo, o trecho do filme.<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="284" src="http://www.youtube.com/embed/DYH2WS3CU6A" width="500"></iframe><br />
<br />
Um forte abraço e uma ótima semana a todos!Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-176271059366458432011-09-12T19:26:00.000-07:002011-09-12T19:26:30.638-07:00HumorterapiaAcho que ficar jururu é um fato normal da vida e invariavelmente nos faz pensar nela e buscar meios de superar o que quer que seja que esteja nos aborrecendo, mas definitivamente não é um bom estado para se pensar na vida por muito tempo. Aí quando tô assim lembro sempre da musiquinha de “A vida de Brian”. <a href="http://www.youtube.com/watch?v=jHPOzQzk9Qo">Always look on the bright side of life</a>. E definitivamente uma coisa que me ajuda a ver o melhor lado da vida é ver vídeos de filmes engraçados no youtube. Tenho um especial apreço por Peter Sellers e seu inesquecível Inspetor Clouseau. Esses dias apelei pra ele e essa sequência absolutamente impagável de “A nova transa da pantera cor de rosa”, o último e mais fraco da série, mas que tem essa pérola que é das coisas que mais facilmente me fazem gargalhar rigorosamente toda vez que assisto. E não há melhor remédio para uma jururuzice do que uma boa gargalhada. Ia discorrer sobre o humor e sobre o fato curioso de ver alguém se dando mal ser algo divertido (melhor lado da vida? Hein?), mas não. Deixo a reflexão para você, se quiser. Vamos gargalhar logo de uma vez :D<br />
<br />
(só peço desculpas por não ter encontrado alguma versão legendada ou em português)
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/gF2WO-JZ0WY" width="420"></iframe><br />
<br />
top moments:<br />
<br />
(0:14)
Querendo bancar o que manda na situação:<br />
- I suggest we start with de upstairs.<i> ("Eu sugiro começarmos pelo andar superior")</i><br />
- This is the upstairs, sir. <i>("Este é o andar superior, senhor")</i><br />
- Yes, I know that, I know that.<i> ("Sim, eu sei disto")</i><br />
<br />
(2:03)
Depois de se embananar todo com uma armadura medieval e terminar com uma luva metálica entalada na mão:<br />
– Obvious that the knight that wore this suit did not last very long! <i>("Obviamente que o cavalheiro que usou esta armadura não durou muito tempo!")</i><br />
<br />
(3:50)
Achando tudo muito suspeito:<br />
- A beekeeper who has lost his voice, a cooker who thinks he's a gardener and a witness to murder…<i> ("um apicuntor que perdeu a voz, um cozinheiro que pensa ser um jardineiro e uma testemunha de assassinato...")</i><br />
<br />
(4:22)
Depois de estraçalhar o piano tentando matar uma abelha:<br />
- You ruined that piano!<i> ("O senhor destruiu o piano!")</i><br />
-What’s the price of a piano compared to the terrible crime that had been committed here? <i>("Qual o preço de um piano comparado ao terrível crime que ocorreu aqui?")</i><br />
- But that was a priceless Steinway!<i> ("mas era um Steinway de valor inestimável!")</i><br />
-Not anymore! <i>("Não é mais!")</i>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-19839842233392066682011-08-14T16:44:00.001-07:002011-08-14T17:16:01.370-07:00Aquele abraço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW3PNgRZ-fi8mHGpyH8wOKalutCd9LCQ65WSAqTur6uckMgz2y5W5_swifMncWCM7XwKQC40HFEGp5Hn3LD5PGjHBaAre6ZPtg1PZ-1R1udl5kU1d3E1to9V2e_qvbUb1g3t6r-kDFymM/s1600/Eu%2526Zeca.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW3PNgRZ-fi8mHGpyH8wOKalutCd9LCQ65WSAqTur6uckMgz2y5W5_swifMncWCM7XwKQC40HFEGp5Hn3LD5PGjHBaAre6ZPtg1PZ-1R1udl5kU1d3E1to9V2e_qvbUb1g3t6r-kDFymM/s320/Eu%2526Zeca.JPG" width="320" /></a></div>Feliz dia dos pais!<br />
=DGabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-77315609338117655072011-08-01T03:18:00.000-07:002011-08-01T03:18:55.578-07:00Três coisas...<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">... que valem MUITO a pena pensar antes de morrer.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/cycPn9Qc6u8?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>Só não vale deixar para os últimos minutos :)<br />
<br />
Um semana abençoada a todos!Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-54845384489323692872011-07-17T19:37:00.000-07:002011-07-17T19:37:12.496-07:00Aula de poesia (e semiótica) com tio Drummond<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY5NlDnD7i027R4Hc1OViZu8xdj6ZQ15abwCzhShRyci_nM3_3hnUH7X0hwr_LuLGjDJGQL7JoShIuIBt3bExYEKih_SpUfotRZrMOobaRbVlnhdKXdUhiJMjEFzTFZvwwmo9O-Rq8N38/s1600/drummond+-+decada+de+80-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY5NlDnD7i027R4Hc1OViZu8xdj6ZQ15abwCzhShRyci_nM3_3hnUH7X0hwr_LuLGjDJGQL7JoShIuIBt3bExYEKih_SpUfotRZrMOobaRbVlnhdKXdUhiJMjEFzTFZvwwmo9O-Rq8N38/s1600/drummond+-+decada+de+80-2.jpg" /></a></div><br />
PROCURA DA POESIA<br />
<br />
Não faças versos sobre acontecimentos.<br />
Não há criação nem morte perante a poesia.<br />
Diante dela, a vida é um sol estático,<br />
não aquece nem ilumina.<br />
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.<br />
Não faças poesia com o corpo,<br />
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.<br />
<br />
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou dor no escuro<br />
são indiferentes.<br />
Não me reveles teus sentimentos,<br />
que se prevalecem de equívoco e tentam a longa viagem.<br />
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.<br />
<br />
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.<br />
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.<br />
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.<br />
<br />
O canto não é a natureza<br />
nem os homens em sociedade.<br />
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.<br />
A poesia (não tires poesia das coisas)<br />
elide sujeito e objeto.<br />
<br />
Não dramatizes, não invoques,<br />
não indagues. Não percas tempo em mentir.<br />
Não te aborreças.<br />
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,<br />
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família<br />
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.<br />
<br />
Não recomponhas<br />
tua sepultada e merencória infância.<br />
Não osciles entre o espelho e a<br />
memória em dissipação.<br />
Que se dissipou, não era poesia.<br />
Que se partiu, cristal não era.<br />
<br />
Penetra surdamente no reino das palavras.<br />
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.<br />
Estão paralisados, mas não há desespero,<br />
há calma e frescura na superfície intata.<br />
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.<br />
<br />
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.<br />
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.<br />
Espera que cada um se realize e consume<br />
com seu poder de palavra<br />
e seu poder de silêncio.<br />
Não forces o poema a desprender-se do limbo.<br />
Não colhas no chão o poema que se perdeu.<br />
Não adules o poema. Aceita-o<br />
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada<br />
no espaço.<br />
<br />
Chega mais perto e contempla as palavras.<br />
Cada uma<br />
tem mil faces secretas sob a face neutra<br />
e te pergunta, sem interesse pela resposta,<br />
pobre ou terrível que lhe deres:<br />
Trouxeste a chave?<br />
<br />
Repara:<br />
ermas de melodia e conceito<br />
elas se refugiaram na noite, as palavras.<br />
Ainda úmidas e impregnadas de sono,<br />
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>C.D.A.Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-8574904541688075692011-07-03T19:35:00.000-07:002011-07-03T19:44:35.718-07:00Sobre religião, sectarismo e espiritualidade<div class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">621. Onde está escrita a lei de Deus?</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">- Na consciência.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">O Livro dos Espíritos</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Li uma frase outro dia na internet, atribuída a um físico chamado Steven Weinberg que diz mais ou menos o seguinte: “Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas más farão coisas más, mas para uma pessoa boa fazer uma coisa má, é preciso religião”. Achei demasiado preconceituosa e reducionista (como toda declaração preconceituosa). O curioso é que a lógica simplória utilizada no primeiro trecho é solenemente ignorada no segundo somente a título de um ataque gratuito à religião. Pessoas boas não fazem coisas más com ou sem religião, ou eu perdi alguma coisa? Ora, se a pessoa dita boa fez algo mal é porque ela não é tão boa assim, certo? E ela é assim com ou sem religião, certo? </div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não descarto a possibilidade de eu não ter alcançado alguma lógica refinada, sutil demais para o meu entendimento grosseiro, mas acho que tampouco estou errado nas minhas divagações.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Uma questão relevante que certamente está por trás desta frase é uma distinção que ouso fazer entre religião e sectarismo. Para tanto, tomarei a liberdade de me lançar a uma breve conceituação, mas que não destoa do senso comum, sendo antes dois aspectos facilmente perceptíveis de um mesmo fenômeno (a relação com o sagrado). Religião, penso, é o aspecto espiritual do ser humano que o aproxima de Deus, é uma experiência mística, individual, é o famoso “religar”; já o sectarismo está relacionado com aspectos culturais, com a objetivação deste sentimento íntimo nos variados grupos humanos, que origina o surgimento de diferentes seitas. Dito isto, entendo que quando se fala nos problemas causados pela religião no mundo, está-se falando do sectarismo. Sim, concordo que há problemas no sectarismo, e o principal deles está ligado justamente com o terreno pedregoso das verdades absolutas de que a religião se ocupa. Assim, um dos requisitos de legitimidade de qualquer seita é a pressuposição de que ela encerra todas as verdades absolutas do Universo. O problema, como é sabido, ocorre quando as verdades absolutas de uma chocam-se com as verdades absolutas de outras. Junte-se a isso, <a href="http://sensibilidadecritica.blogspot.com/2011/07/quando-eu-era-menino.html">a atávica dificuldade do ser humano de conviver com o diferente</a>, e pronto, está aceso o barril de pólvora.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Por isso, defendo que dificilmente uma pessoa dita boa, fará uma coisa má em nome da religião, pode até ser em nome de sua seita e dos ideais que ela proclama, mas dificilmente em nome da religião. Por mais que a pessoa alegue que foi Deus que a fez delinqüir, resisto a acreditar que haja aí um fenômeno místico, mas certamente psiquiátrico (sem qualquer tom pejorativo, por favor). Obviamente que por trás desta conceituação minha há toda uma concepção de Deus plenamente identificado com ideais de amor, nos moldes do que se diz que pregou Jesus Cristo, o que não me parece uma forma tão disparatada de se conceber Deus. A relação com o sagrado, segundo meu ponto de vista não é vedada sequer para os ateus ou materialistas. Conheço inúmeros bastante mais “religiosos” que muito sectário por aí.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Para finalizar, copio e colo um texto que me chegou por e-mail de que eu gostei muito. A autoria é desconhecida. O que eu chamo de sectarismo, ele chama de religião e o que eu chamo de religião, ele chama de espiritualidade. Discordo de um ponto ou outro, mas é bastante inspirador:</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><u>As Diferenças entre Religião e Espiritualidade</u><br />
<br />
A religião não é apenas uma, são centenas.<br />
A espiritualidade é apenas uma.<br />
A religião é para os que dormem.<br />
A espiritualidade é para os que estão despertos.<br />
<br />
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.<br />
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.<br />
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.<br />
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.<br />
<br />
A religião ameaça e amedronta.<br />
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.<br />
A religião fala de pecado e de culpa.<br />
A espiritualidade lhe diz: <i>"aprenda com o erro".</i><br />
<br />
A religião reprime tudo, te faz falso.<br />
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!<br />
A religião não é Deus.<br />
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.<br />
<br />
A religião inventa.<br />
A espiritualidade descobre.<br />
A religião não indaga nem questiona.<br />
A espiritualidade questiona tudo.<br />
<br />
A religião é humana, é uma organização com regras.<br />
A espiritualidade é Divina, sem regras.<br />
A religião é causa de divisões.<br />
A espiritualidade é causa de União.<br />
<br />
A religião lhe busca para que acredite.<br />
A espiritualidade você tem que buscá-la.<br />
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.<br />
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.<br />
<br />
A religião se alimenta do medo.<br />
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.<br />
A religião faz viver no pensamento.<br />
A espiritualidade faz Viver na Consciência.<br />
<br />
A religião se ocupa com fazer.<br />
A espiritualidade se ocupa com Ser.<br />
A religião alimenta o ego.<br />
A espiritualide nos faz Transcender.<br />
<br />
A religião nos faz renunciar ao mundo.<br />
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.<br />
A religião é adoração.<br />
A espiritualidade é Meditação.<br />
<br />
A religião sonha com a glória e com o paraíso.<br />
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.<br />
A religião vive no passado e no futuro.<br />
A espiritualidade vive no presente.<br />
<br />
A religião enclausura nossa memória.<br />
A espiritualidade liberta nossa Consciência.<br />
A religião crê na vida eterna.<br />
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.<br />
<br />
A religião promete para depois da morte.<br />
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida. <o:p></o:p></div><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br />
(AUTOR DESCONHECIDO)</span><br />
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;">Uma ótima semana a todos e muita paz!</span>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-46027861272741904712011-06-26T14:06:00.000-07:002011-06-26T14:06:30.025-07:00Guerra e pazO dia começou cedo em Lugano, cidade no sul da Suiça, fronteiriça com a Itália, região que se convencionou chamar “Suiça italiana”. Deixamos o Hotel Walter, bela construção de 1888 à beira do lago, por volta das 9 horas da manhã com destino à Itália setentrional, mais precisamente às cidades de Porretta Terme e Pistoia, onde, cerca de 66 anos antes, uma parte da Força Expedicionária Braseileira, instalou-se em campanha contra a Alemanha. Na excursão um dos ex-combatentes, o 3º Sargento do 4º Pelotão da 2ª Companhia do 9º Batalhão de Engenharia da mencionada Força Expedicionária, nonagenário, que, desde então não havia mais pisado naquelas localidades, meu avô.<br />
<br />
A viagem foi tranqüila, algo em torno de 4 horas de duração, pouco sentidas em virtude das inspiradoras paisagens da Lombardia e da Emilia-Romagna, embora o tráfego pelas rodovias fosse extremamente intenso. A ordem era seguir até as proximidades de Bologna e, dali, pegar a secundária rota SS64, que nos levaria a Pistoia, passando por Porretta Terme. Não sem uma certa confusão, rapidamente resolvida, conseguimos encontrar a mencionada estrada secundária e em instantes meu avô já revia indicações em placas de locais que ele não pisava há 66 anos: Silla, Bombiana, Abetaia...<br />
<br />
Ao passar por Porretta Terme, pediu para parar. Entramos pela cidade e, como era de se esperar, não era possível reconhecer muita coisa. Não por qualquer problema de memória, meu avô é das pessoas mais invejavelmente lúcidas que conheço, mas porque, obviamente, a cidade havia mudado um bocado ao longo das últimas 6 décadas. Estacionamos próximo ao imponente prédio da Prefeitura de Porretta Terme e, como estivesse próximo à hora do almoço, primeiro nos preocupamos em atender a esta demanda para depois explorarmos a cidade.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgliDk-6nzL8Gzn3hVioG24k3olUjgjRRhFkgZsF6ErofDkvyTdIJa21KJ1MUiH5ChReU8QmvBx_lCYzDhWeP9KHGdVbYUrW0gdUAheZg7NTohSeBnRK2lprDsV9ts6GYAUjX5_3EthG8E/s1600/Europa2011+199.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622570100298318306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgliDk-6nzL8Gzn3hVioG24k3olUjgjRRhFkgZsF6ErofDkvyTdIJa21KJ1MUiH5ChReU8QmvBx_lCYzDhWeP9KHGdVbYUrW0gdUAheZg7NTohSeBnRK2lprDsV9ts6GYAUjX5_3EthG8E/s320/Europa2011+199.JPG" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Prefeitura de Porretta Terme</td></tr>
</tbody></table>No restaurante em que aportamos havia uma coleção de fotos da antiga Porretta Terme, provavelmente anteriores, inclusive, à própria Guerra. No meio daquelas fotos divisei uma construção que muito se assemelhava às descrições do que meu avô dizia ser um antigo hotel desativado, utilizado por seu batalhão como abrigo e centro de operações. Mostrei-o e ele confirmou fazendo a ressalva de que, durante a guerra a construção era pouco mais que simples escombros. Disse que suas janelas haviam todas sido retiradas para que sua madeira fizesse as vezes de lenha para que os soldados pudessem melhor se aquecer e que, nos fundos, havia uma pedreira que era permanente alvo de bombardeios.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHKI3qTEbKVsrKVMNSqMMDMuA1a8lcliEqIxKFtEXpzgXfLTUqVEz8IwB8dHs9Dptuzmqx6z0bKDXfF6hNhfX9CSoca5qCLAV_IiZQwUwQ20X6jccCgqv5UY9Q7HdoYZ7tg3a5YiH9_pw/s1600/Europa2011+201.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622570723286723954" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHKI3qTEbKVsrKVMNSqMMDMuA1a8lcliEqIxKFtEXpzgXfLTUqVEz8IwB8dHs9Dptuzmqx6z0bKDXfF6hNhfX9CSoca5qCLAV_IiZQwUwQ20X6jccCgqv5UY9Q7HdoYZ7tg3a5YiH9_pw/s320/Europa2011+201.JPG" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do Hotel Roma em restaurante em Porretta Terme</td></tr>
</tbody></table>Dali, retornamos ao prédio da prefeitura onde havia um centro de informações turísticas. Queríamos um mapa da região para melhor localizarmos os povoados em que meu avô trabalhou na manutenção de estradas e pontes e na procura por minas terrestres. Fomos atendidos por um gentil casal que prontamente nos deram os mapas e que nos informaram que o referido hotel (cuja foto acima lhes mostramos) ficava a pouco metros dali, no fim daquela rua, à esquerda. Quando contamos que meu avô havia estado ali, junto à FEB, durante a guerra, ambos mostraram grande entusiasmo chegando inclusive a agradecê-lo pois provavelmente se não fosse a atuação dos brasileiros as coisas poderiam ter sido muito piores, e eles poderiam nem estar ali naquele momento. Confesso que me emocionei. Informaram ainda que no Monte Castelo, onde ocorreu um embate decisivo para a retirada dos alemães da região, havia um monumento em homenagem à FEB e aos soldados brasileiros que valia a pena ser visitado. Despedimo-nos e fomos procurar o Hotel Roma que, de fato, ficava a poucos metros dali. Moderno, restaurado e bem conservado, não perdemos tempo para fotografar meu avô à sua frente e, após, no parque ao fundo (onde havia a tal pedreira, hoje um anfiteatro com brinquedos infantis). Dali partimos para Monte Castelo e adjacências.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghN5nm-_hhTVhGstwDOrWUtLt1lbqR71MBfJlO2BkStj_jgdOCWlIbRPEboS42GpC-9HH66TDTkD8Y8HQjAbFsOhUBqSAY_8UuWYXPdzuKheewRE3Hfl5sFOphiAby3DURss4pfp9hxwQ/s1600/Europa2011+204.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622572190153576418" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghN5nm-_hhTVhGstwDOrWUtLt1lbqR71MBfJlO2BkStj_jgdOCWlIbRPEboS42GpC-9HH66TDTkD8Y8HQjAbFsOhUBqSAY_8UuWYXPdzuKheewRE3Hfl5sFOphiAby3DURss4pfp9hxwQ/s320/Europa2011+204.JPG" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fachada do Hotel Roma</td></tr>
</tbody></table><br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaWF3R5my0g7J85CFng2t4uDX7sK7gokS7Zs6VUdVCtk4sHbJ3lywV0fkPagAGiUQHgNrnvtphW59RyPqoPNMiDtgyVtI4niEH0xPLdZX_qpjigoXRZNn0bq9oLICd34hkLOee6yrGqMg/s1600/Europa2011+203.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622571640790067890" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaWF3R5my0g7J85CFng2t4uDX7sK7gokS7Zs6VUdVCtk4sHbJ3lywV0fkPagAGiUQHgNrnvtphW59RyPqoPNMiDtgyVtI4niEH0xPLdZX_qpjigoXRZNn0bq9oLICd34hkLOee6yrGqMg/s320/Europa2011+203.JPG" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Em frente ao Hotel Roma.</td></tr>
</tbody></table>Fazia um dia belíssimo e a paisagem interiorana da Emilia-Romagna auxiliava a compor o emocionante e bucólico espetáculo da natureza. Passamos por Bombiana e Abetaia, onde meu avô relembrou a morte de seu amigo Ribeiro, vítima de uma das incontáveis bombas escondidas em escombros de casas. Na sua lucidez impressionante recordou-se que aquele dia era justamente o seguinte ao do aniversário de Ribeiro, o que não deixou de ser uma coincidência auspiciosa. Na volta, avistamos, ao longe, o que deveria ser o tal monumento referido pelo guia. Pegamos uma saída onde se lia a placa “Monte Castelo” e, sem surpresa, nos deparamos com o tal monumento. Em um terreno descampado, no alto de um morro, dois gigantescos arcos, entrelaçados em cruz, um voltado para cima, outro emborcado para baixo, e o sol, em toda sua plenitude, convidavam-nos a uma visita mais próxima evocando um local sagrado, de graves reflexões.<br />
<div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfJKrbDoIzteOU9cLG8oEzps-SFXxSfeyLEFvUa92s553EBaImpTVuJDyTc3rKzFTHQE17BR76Q5740IaFrBrtTYpKFYzKR30s-8g8HyRt0fKAnVojTiw24Ei4SM1HCgz25vvv7xzENXQ/s1600/Europa2011+219.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622573470257395410" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfJKrbDoIzteOU9cLG8oEzps-SFXxSfeyLEFvUa92s553EBaImpTVuJDyTc3rKzFTHQE17BR76Q5740IaFrBrtTYpKFYzKR30s-8g8HyRt0fKAnVojTiw24Ei4SM1HCgz25vvv7xzENXQ/s320/Europa2011+219.JPG" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Monumento em homenagem aos soldados brasileiros da FEB em Monte Castelo</td></tr>
</tbody></table>Difícil conceber que paisagem tão inspiradora já servira de locação para uma das batalhas do mais trágico evento que o mundo já conheceu. Das minúsculas flores que tapeteiam o monte ao silêncio monástico somente quebrado pelo som suave da brisa leve que volta e meia varria o capimzal, tudo ali convidava às mais belas reflexões. Entretanto, a estupidez humana é, e sempre será, cega para a transcendência de tudo o que é verdadeiramente belo - esta foi uma reflexão inevitável. Tentei, mas não consegui visualizar a terra mutilada pelos mais variados tipos de minas e bombas, nem cadáveres ou partes deles espalhados pelos arredores, essas coisas não pareciam alguma vez ter feito parte da vida daquele lugar. Todavia, aquele monumento gigantesco e uma testemunha ocular daquela história estavam ali para garantir o contrário.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Meu avô pediu permissão para bater continência em direção ao monumento, bem como em direção a Abetaia, em homenagem ao companheiro Ribeiro, que lá sucumbira. Desnecessário dizer que grande emoção tomou conta de todos nós presentes. Suas histórias sobre a guerra povoou o imaginário de filhos, netos (e provavelmente povoará os dos – por enquanto - 3 bisnetinhos), bem como dos demais integrantes de nossa imensa família. Seu diário de guerra (sim, ele o tem) é lido gerações afora. Desta forma, é difícil descrever a emoção de presenciar um momento como este. Fiquei tentando imaginar o que poderia estar se passando pela cabeça dele, mas acho que não teria capacidade nem maturidade de compreender. Só posso dizer que meu avô é amigo do tempo. Sabe vê-lo passar. Mesmo a custa de todo sofrimento (que ao longo destes 90 anos não foram poucos, afianço-vos), ele remanesceu forte e lúcido com toda candura que lhe é peculiar. E aquele momento soou para mim como uma espécie de prestação de contas. E refleti que daqui a 66 anos, se eu me vir em situação parecida e for ao menos metade da pessoa que ele é, terei sido um sujeito de muita sorte.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcj1oUyv8K0eXkWf33BqGBZOdGzs06B4sgYlU_t5ht7laGXwVRbzW2v1Xc1SZlY9qNiBaLQqYN_nWSoQXOpro3r9LjRiBOV_7YyB-JEmEW9lYCZnsvWqDiPxEM68n7aDdj8CJ9pDdv1no/s1600/Europa2011+223.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5622574095191629346" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcj1oUyv8K0eXkWf33BqGBZOdGzs06B4sgYlU_t5ht7laGXwVRbzW2v1Xc1SZlY9qNiBaLQqYN_nWSoQXOpro3r9LjRiBOV_7YyB-JEmEW9lYCZnsvWqDiPxEM68n7aDdj8CJ9pDdv1no/s320/Europa2011+223.JPG" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Homenagem aos companheiros que lutaram.</td></tr>
</tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv9SZcrEFJIB6gjePLCliz8hE4AMn_ox2UgWjJ70guoAjM2CziTZjqy2M9tc1GWmf3Lox4y9wTWCB7MIeXzXGH255BYsLFYXzXkPZSfWL_PEn8n70gSjomp2j_QBwXngHAb8WwAyOwg40/s1600/Europa2011+238.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv9SZcrEFJIB6gjePLCliz8hE4AMn_ox2UgWjJ70guoAjM2CziTZjqy2M9tc1GWmf3Lox4y9wTWCB7MIeXzXGH255BYsLFYXzXkPZSfWL_PEn8n70gSjomp2j_QBwXngHAb8WwAyOwg40/s320/Europa2011+238.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Abetaia ao fundo. Homenagem ao companheiro Ribeiro.</td></tr>
</tbody></table>Dali, passamos rapidamente por Pistoia sem sequer sair do carro. Depois de tudo aquilo, certamente havia muito pouco mais a ser visto.<br />
Para completar o roteiro, nosso destino final naquele dia era justamente Assis, a cidade onde nasceu e viveu um dos maiores baluartes da paz que este mundo já viu, São Francisco de Assis. Inspirador foi pouco.Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-27491844662581073112011-04-25T14:39:00.000-07:002011-04-27T10:34:14.530-07:00Amor?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD2fObtmG1Dvar6yToU4nVxyBWaks5Wh1ChrC7zzMCLkQDKg7vCxM6Ts0m1DjC3NMLM_50mYdh_taiSkz_JjzoCF9agFfuPZEeeGlW_Q7rwUF9j5n5MC_l8bVrvSAep0WA-AWGE5rPwkY/s1600/Amorfilme.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 216px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD2fObtmG1Dvar6yToU4nVxyBWaks5Wh1ChrC7zzMCLkQDKg7vCxM6Ts0m1DjC3NMLM_50mYdh_taiSkz_JjzoCF9agFfuPZEeeGlW_Q7rwUF9j5n5MC_l8bVrvSAep0WA-AWGE5rPwkY/s320/Amorfilme.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5599644953103713394" /></a><br />Quando vi o <a href="http://www.youtube.com/user/Amorofilme#p/u/36/rzkWlh3DA8I">trailer</a> deste novo trabalho do cineasta João Jardim (co-diretor de <a href="http://www.youtube.com/watch?v=47VEtw2JMU0">JANELA DA ALMA</a> e do indicado ao Oscar <a href="http://www.youtube.com/watch?v=_pyR9qCd2F8">LIXO EXTRAORDINÁRIO</a>), lembrei inevitavelmente de outro filme que lhe é umbilicalmente ligado, que é <a href="http://www.youtube.com/watch?v=i2UbAt6lTL8">JOGO DE CENA</a>, de Eduardo Coutinho. Tanto assim que confesso que fui assistir o filme um pouco compadecido do fato de um cineasta relativamente novato (se comparado ao mestre Coutinho), com trabalhos tão interessantes, se prestar a copiar uma idéia já utilizada tão magistralmente em um trabalho de um diretor consagrado. Contudo, para minha alegria, devo dizer que todo meu compadecimento se mostrou vão.<br />Uma diferença clara entre os dois, é que em <span style="font-weight:bold;">JOGO DE CENA</span> o brilhante documentarista intercalava alguns depoimentos reais com uma versão interpretada dos mesmos por uma das atrizes convidadas (gente do naipe de Andrea Beltrão, Fernanda Torres e Marília Pêra, coisa básica). Em dado momento as atrizes são questionadas sobre como foi a experiência de interpretar alguém real, bem como também são convidadas a falar sobre suas próprias histórias de vida. Em outro, Coutinho nos engana, nos deixando sem saber, qual era o depoimento autêntico e qual era o encenado. <span style="font-weight:bold;">AMOR?</span> já não se ocupa disto com tanta objetividade, jamais mostrando os depoimentos reais ou conversando com os atores sobre a experiência.<br />Em <span style="font-weight:bold;">AMOR?</span> a iniciativa de substituir entrevistados reais por atores até remete às zonas cinzentas desta dicotomia realidade/ficção, mas isto é só um aspecto da discussão que o filme propõe, estando a serviço de uma temática específica. Enquanto em <span style="font-weight:bold;">JOGO DE CENA</span> as personagens da vida real foram encontradas através de um anúncio nos classificados de um jornal sendo os únicos requisitos que as mesmas fossem mulheres e tivessem “uma história para contar”, em <span style="font-weight:bold;">AMOR?</span> há “personagens” masculinos e femininos cujas histórias tem um conteúdo em comum bem definido: todos vivenciaram experiências extremas de “amor” e paixão em que invariavelmente estava presente algum tipo de violência. Assim, a escolha de atores para interpretá-los, além de nos fazer refletir, como em <span style="font-weight:bold;">JOGO DE CENA</span>, sobre a “teatralidade do humano”, também serve para potencializar o fato de que aquelas histórias, apesar de parecerem saídas de um filme do Almodóvar, eram bem reais. Em suma, a brincadeira com o binômio realidade-ficção é a mesma em ambos os filmes, somente que enquanto <span style="font-weight:bold;">JOGO DE CENA</span> utiliza os depoimentos reais, <span style="font-weight:bold;">AMOR?</span> se utiliza da crueza das histórias narradas e da fraqueza demasiado humana de seus personagens para construir sua ponte com a realidade. E ainda, enquanto <span style="font-weight:bold;">JOGO DE CENA</span> tem esta reflexão sobre realidade-ficção como temática principal, em <span style="font-weight:bold;">AMOR?</span>, este é apenas um dos aspectos do filme, sendo utilizado para ressaltar a temática principal que são as relações amorosas violentas.<br />O que é amor? Ele está presente realmente em relacionamentos violentos? Além destas cogitações filosóficas, este é um filme que nos convida a julgamentos morais já em seu título. A interrogação pode ser, sim, um sinal de imparcialidade do documentarista, mas depois de alguns minutos de filme, vemos que ela é realmente pertinente. Não me considero uma pessoa de temperamento violento e não cresci em um ambiente violento e talvez por isso fiquei tão incomodado com algumas histórias ali narradas, principalmente as interpretadas pelo naipe masculino Eduardo Moscovis, Claúdio Jaborandy e Ângelo Antônio, notadamente os agressores. <br />Diga-se de passagem, todo elenco, que conta ainda com Lília Cabral, Fabíula Nascimento, Sílvia Lourenço, Letícia Colin, Júlia Lemmertz e Mariana Lima está irrepreensível. A naturalidade da interpretação de Lília Cabral é algo impressionante, o que me leva a questionar sobre o porquê de sua pouca assiduidade nas telonas. Fabíula Nascimento, cada vez mais onipresente (graças a Deus), deixa bem claras, com seu carisma e talento, as razões de emendar um trabalho no outro. E foi um prazer rever Silvia Lourenço depois de tê-la visto somente em <a href="http://www.youtube.com/watch?v=stbFpnslHxk">O CHEIRO DO RALO</a>.<br />O filme intercala os depoimentos com imagens dos atores em situações cotidianas, o que humaniza ainda mais a discussão. A trilha sonora delicada de Lenine cumpre muito bem a sua função de embalar estes momentos (há uma versão de Beatriz que é bem bonita), muito embora soe quase como uma piada a opção por terminar a película com a sua clássica “Hoje eu quero sair só”. A fotografia busca ser realista, sem muitos efeitos, como se espera de um documentário, salvo quando opta por uma paleta dessaturada para os depoimentos, como a ressaltar toda obscuridade e clima opressivo que a violência proporciona às suas vítimas ou nestes momentos prosaicos, em que se tem maior liberdade para pintar os quadros da vida comum.<br />Por fim <span style="font-weight:bold;">AMOR?</span> é um filme complexo, que dá pano para manga para as mais variadas discussões. Principalmente para quem, como eu, não tem uma referência próxima de violência doméstica, serve como um bom parâmetro para compreender movimentos atuais de proteção à mulher, como a Lei Maria da Penha e sua relevância.Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-25681774618443810012011-04-17T10:30:00.001-07:002011-04-18T18:47:46.899-07:00Sobre "Pânico 4"<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS2YKtWgynuZX5-pbqf8eCzTsxqWjnZASMkFjnrflkgOyFkYeNE1TOUXk_kQNHcRPn97zTilS1QhP3KUkrQxCM_s8YFwRhlrKA2Ae1xXGQ1wyyziXSYPh_6j8FSQxbGvAHFpw8_whkHjk/s1600/panico4_9.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 210px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS2YKtWgynuZX5-pbqf8eCzTsxqWjnZASMkFjnrflkgOyFkYeNE1TOUXk_kQNHcRPn97zTilS1QhP3KUkrQxCM_s8YFwRhlrKA2Ae1xXGQ1wyyziXSYPh_6j8FSQxbGvAHFpw8_whkHjk/s320/panico4_9.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5597103111607528402" /></a><br />Lá pelos idos de 1997, meio sem saber muito do que se tratava, fui com minha mãe ao cinema (o falecido e imenso Art Tijuca, hoje uma irrelevante Leader Magazine), por indicação de minha irmã assistir ao primeiro <strong>PÂNICO</strong>. Eu já havia sido aterrorizado na minha infância por Jason e companhia e não precisou de muito esforço para eu me tornar um fã imediato desta nova produção. Além do fato de eu já gostar do gênero, o roteiro era bem trabalhado, o clima de tensão era bem construído e ainda havia um certo humor com várias referências espirituosas sobre cinema e filmes de terror. Quando soube que haveria uma continuação, fiquei eufórico e passei a acompanhar todos os filmes da trilogia – e todos os outros do gênero que vieram a reboque deste que já é considerado um clássico pelos especialistas.<br />Eu jamais poderia esperar que, onze anos depois de <strong>PÂNICO 3</strong>, iriam se aventurar a fazer um <strong>PÂNICO 4</strong>. Primeiro porque aparentemente já tinham sido aproveitadas todas as oportunidades que a saga de Sidney Prescott e companhia poderia oferecer e segundo que o gênero não está exatamente em alta (e aí pode surgir uma luz sobre a justificativa para esta continuação: a esperança dos estúdios de resgatar um gênero que sempre é sinônimo de bilheterias generosas e que nessa era de downloads pode atrair novamente o público para as salas de exibição por ser sempre um evento melhor aproveitado por grupos de adolescentes histéricos - principalmente os americanos, que tem mania de interagir com os filmes).<br />Além disso, confesso que assistir a um filme deste tipo nesses dias de hoje foi uma experiência estranha por outros motivos. Quando cheguei ao cinema, tinham dois meninos do lado de fora num misto de excitação e medo para entrar na sala. Diziam eles que tinham visto não sei onde que em algumas sessões poderia aparecer uma pessoa vestida de Ghostface para assustar os espectadores e promover o filme. Eles pareciam se divertir com isso, eu, confesso, fiquei preocupado de verdade. Podem me chamar de neurótico, mas na época dos primeiros filmes não havia Columbine, atirador do shopping Morumbi e atirador de Realengo. Naquela época, fazia parte do esquema saber que aquilo tudo não passava de ficção, que somente estávamos dando vazão a nossa ancestral atração por sentir medo com segurança e até por diversão e, mais importante, com distanciamento. Nunca situações deste tipo tinham acontecido tão próximo a mim a ponto de me incomodar um pouco na hora de ver o filme, e não posso dizer que não incomodou.<br />Enquanto filme, fui sem esperar muita coisa e ouso dizer que fui surpreendido positivamente. Acho que nada superará a trilogia original, principalmente os dois primeiros, mas confesso que curti também os seguintes, guardadas as devidas proporções.<br />Acho que o que mais gostei neste filme foi a oportunidade de rever os personagens tanto tempo depois e saber o que “aconteceu” com eles nesse meio tempo. Achei uma proposta interessante. Bem batida, mas interessante, principalmente por ser uma franquia que acompanhei de perto.<br />O filme começa justamente brincando com a infinidade de sequências caça-níqueis desnecessárias que esse tipo de produção costuma ter (e da qual este parece pretender ser uma exceção) e já dá pistas de que o mote vai ser justamente uma tentativa de atualizar o gênero para os dias atuais de internet, imediatismo e 15 minutos de fama.<br />Sidney Prescott retorna como uma equilibrada autora de livros de auto-ajuda perseguida, sim, por seus fantasmas, mas disposta a enfrentá-los, tanto assim que quando Ghostface ataca pela primeira vez em sua presença, em vez de fugir com medo, ela corre em sua direção disposta a enfrentá-lo a qualquer custo, inclusive dando-lhe uns bons sopapos. Neve Campbell parece segura no retorno à personagem que a lançou na carreira cinematográfica, sendo ainda uma presença forte em cena com seu carisma e olhar expressivo. Courtney Cox e David Arquette também estão razoáveis neste retorno a Gale Weathers e Dewey, agora promovido a xerife. Lembrava dele ter ficado com seqüelas físicas dos acontecimentos do primeiro filme (o que, salvo engano foi até motivo de piada nas outras sequências), mas isso não aparece e não é sequer mencionado neste, será que ele se recuperou com incontáveis sessões de fisioterapia? Ficamos sem saber. Gale Weathers busca uma relevância na trama que nunca chega a ter, mas é divertido vê-la novamente em ação nem que seja para “matar a saudade”. Já os “novatos” Hayden Panettiere (Kirby Reed), Rory Culkin (Charlie Walker), Emma Roberts (Jill Roberts), Erik Knudsen (Robbie Mercer) e Nico Tortorella (Trevor Sheldon) se saem bem também neste quase remake do primeiro filme (reparem bem, quase todos estes perfis estavam no primeiro filme, inclusive o tipo de morte de alguns). Destaque para os dois primeiros, que realmente saem do tatibitate dos filmes do gênero conferindo alguma autenticidade às suas atuações.<br />A direção de Wes Craven é competente como sempre e o roteiro segue o padrão <strong>PÂNICO</strong> de qualidade com suas tiradas espertinhas, referências a filmes e muitas mortes. Inclusive parece que andaram bebendo na fonte de <strong>JOGOS MORTAIS</strong>, carregando um pouco mais no sangue e nas vísceras expostas do que normalmente se vê nos outros filmes da franquia – mas ok, não chega a ser aquilo que críticos como Pablo Villaça convencionaram chamar de pornografia da tortura. Contudo, apresenta falhas como quando claramente levanta suspeitas infundadas sobre um dado personagem só porque ele lembra um dos assassinos do primeiro filme, nunca justificando a aparente antipatia gratuita que ele parece nutrir por Sidney. Ou quando uma personagem não repara em duas vítimas de Ghostface que rigorosamente estariam em seu caminho na volta do mercado ou ainda quando uma outra personagem é desconectada dos aparelhos médicos em um hospital e isso não é detectado pelas enfermeiras.<br />Entretanto, creio que a principal falha seja que mesmo apresentando uma crítica as continuações intermináveis e desnecessárias de seus congêneres, este <strong>PÂNICO 4</strong> não conseguiu exatamente inovar como fez o primeiro 15 anos (!) atrás. É visível que até tenta, incluindo a internet na jogada, mas não foi criativo o bastante para fugir dos próprios clichês que criou para si.Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-66333735936883334112011-04-16T12:54:00.000-07:002011-04-16T13:14:00.022-07:00It's the Bahamas!Para mim, escrever é uma das tarefas mais prazerosas que exerço. Gosto das palavras, gosto dos sentimentos, mas de vez em quando isso tudo me causa certo enfado. E aí, fico tentando entender se devo me preocupar com a minha sanidade mental ou esperar a inspiração vir até o momento em que simplesmente resolvo, esparramado na cama com o note no colo (ouvindo Mozart, no headphone, bem se diga), acabar com as dúvidas e começar a rascunhar uma coisa ou outra.<br />Pois bem, neste meio tempo tive uma meia dúzia de idéias interessantes para desenvolver aqui, mas não o fiz porque me impus a condição de só voltar a escrever alguma coisa depois de dar seguimento ao diário de viagens do penúltimo post.<br />Depois da última quinta feira narrada aqui, na sexta, dia 18 de março, embarcamos para Nassau, capital do complexo de 700 ilhas (segundo meu primo. A Wikipédia fala em 31 distritos), que é as Bahamas. As Bahamas são quase um pedaço da África na América Central onde se fala um inglês quase britânico e a mão do trânsito é inglesa. É claro que isso é fruto do processo de colonização, contexto do qual o complexo de ilhas se viu independente somente em 1973, e também do tráfico negreiro, que quando extinto, não motivou nenhuma boa alma a levar os negros de volta a seu continente de origem – as Bahamas eram um importante centro de triagem dos negros que seriam vendidos para as Américas. Quanto aos nativos originais, os índios arawakes, como a maioria pré-colombiana, foram devidamente dizimados. Atualmente os principais atrativos das Bahamas são, como se sabe, as praias paradisíacas e os mega complexos hoteleiros que atraem um quantitativo de turistas/ano maior que o Brasil.<br />A viagem para Bahamas foi um desafio a parte. Não era uma simples viagem a passeio, era também um pouco de mudança de alguns familiares meus, dos EUA para Nassau. Eram 14 malas. 10 para despachar (sendo 3 delas de proporções gigantescas). 2 para o baggage storage, 2 para levar na mão, 2 crianças (sendo um bebê de um mês de vida e uma menininha de três anos ansiosa por correr para explorar espaços), 2 carrinhos de criança, 2 vovôs e um aeroporto gigantesco para percorrer. A caminho do nosso portão, no skytrain que dava acesso ao mesmo, a esposa do meu primo olha pra mim e diz num misto de susto e divertimento: 'Que aventura!'. De fato, uma aventura. O avião era pouco mais que um ônibus que voa. Duas poltronas para um lado, duas para o outro. Hélices. Estava cheio, muita gente aproveitando o chamado spring break (uma espécie de micro férias para aproveitar a primavera após um longo e tenebroso inverno), mas eram só 45 minutos de vôo até Nassau. Sentei no corredor, mas deu para bisbilhotar um pouco pela janela a espetacular boas vindas do mar com sua película de gelatina verde sobre imensos areais e corais e o sol resplandecendo tudo.<br />A estadia em Bahamas não poderia ser melhor. Uma coisa boa de se ter uma casa para ficar é poder se sentir em casa. Foi mais uma viagem de descanso, do que propriamente de turismo (não que isso tenha deixado a desejar, muito pelo contrário, creio que conhecemos o melhor de Bahamas), o que de uma certa forma foi ideal para os meus avós. Acordar todo dia de manhã e dar de cara com um mar azul turquesa é praticamente um imperativo categórico contra qualquer desânimo ou tristeza. Respirar uma lufada daquela brisa marinha, sentir aquele sol da manhã na pele são uma experiência espiritual.<br />Fomos a excelentes restaurantes, destaque para o Café Matisse, onde comemoramos o aniversário de 90 anos do meu avô (um dos dias mais agradáveis que passamos lá, que serviu como uma celebração suave, mas profunda desta data tão importante). Fomos na Goodfellows Farm, uma fazendinha onde o restaurante serve os produtos orgânicos lá produzidos e a comida é simplesmente deliciosa. Fomos a um zoológico de aves, onde tem um show de flamingos e se pode entrar na jaula nas maritacas para alimentá-las e ser faceiramente atacado por elas.<br />Fomos a um clube onde, salvo engano, foram filmadas algumas cenas de um dos filmes recentes do 007 (e que tocava Beatles e Coldplay no banheiro, juro), fomos ao monumental Atlantis, o maior resort da região (enquanto os chineses ainda não construíram o seu rival, um investimento de reles 2 bilhões de dólares) com seu cassino, seu aquário gigantesco e sua marina que abriga os iates mais cinematográficos que já vi pessoalmente. E praticamente todo dia eu me dava o direito de mergulhar naquelas águas transparentes para dar um alô pros peixes e estrelas do mar que estavam sempre ali por perto.<br />Enfim, foi uma viagem inesquecível não só pelos lugares incríveis visitados, mas sobretudo por estar em companhia das pessoas que mais amo, minha família.<br /><br />Alguns protestaram da falta de fotos do último post. Então, segue uma minha (meio playsson, eu sei) no tal clube Albanys:<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFoTOLDjDnhDIvgOmLYZ5fGAhtD79wFj0-mZcDxB79_s3ghd52q8O8a16_BxWuAojCxaqzjSgxKdBGBfoCjVx6OtEbD_COVv6ZgmsGDYbYyNO5Xo3OMsZVIjB43ywdaKh5RPi0G-3oSro/s1600/Natal+Mendes2011+076.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFoTOLDjDnhDIvgOmLYZ5fGAhtD79wFj0-mZcDxB79_s3ghd52q8O8a16_BxWuAojCxaqzjSgxKdBGBfoCjVx6OtEbD_COVv6ZgmsGDYbYyNO5Xo3OMsZVIjB43ywdaKh5RPi0G-3oSro/s320/Natal+Mendes2011+076.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5596274949118700242" /></a>Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-32712432131821688332011-03-26T19:31:00.000-07:002011-03-26T19:32:41.889-07:0090<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicx9U-r30qw9HTiR8mUBEiG3WWdjPNatDaXzH_RpMIyWeSziAgu5OlusSPgf55-EqEdU9PMlptnoW_YYKh3s04LDNIcijmImP0hE2MBfsT3Fw9mOVVQgIyS8QwAAcBQG5brAkuwaNr0GQ/s1600/foto+%252818%2529.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicx9U-r30qw9HTiR8mUBEiG3WWdjPNatDaXzH_RpMIyWeSziAgu5OlusSPgf55-EqEdU9PMlptnoW_YYKh3s04LDNIcijmImP0hE2MBfsT3Fw9mOVVQgIyS8QwAAcBQG5brAkuwaNr0GQ/s320/foto+%252818%2529.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5588581943705285378" /></a><br />Parabéns!Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5733882789497734830.post-79443409805033514652011-03-20T18:47:00.000-07:002011-03-21T06:45:37.543-07:00Miami PortraitsJá disse em um <a href="http://etantacoisa.blogspot.com/2010/11/up-and-coming.html">outro post</a> que este blog tinha um quê de querido diário, mas nunca explorei essa faceta efetivamente, o que passo a fazer agora. O que segue abaixo é um relato burocrático-emocional desta viagem de boas vindas a Felipe e de celebração aos 90 anos de vida de meu avô.<br /><br />A quem interessar possa:<br /><br />Sexta 11-03-2011<br /><br />Vôo da madrugada com poltronas apertadas e aeromoças de mocidade duvidosa. 'Megamente' no televisor como uma pequena piada comigo. Consegui dormir sentado quase que apelando para estratégias de meditação transcendental. Pousamos 5:35, hora local. O cara da alfândega se espantou com o fato de eu ser advogado. Entramos no aeroporto de noite, saímos no primeiro sol da manhã, o que deixa tudo ainda mais onírico. Tentativas frustradas de ligar para casa pelo número da Embratel. Não por falha no serviço (que é um achado), mas por que o toque não foi ouvido. Liguei para a irmã em São Paulo. A família de cá nos recebeu calorosamente, o pequenino todo se mexendo e emitindo vários sonzinhos (o que me deixou com mais saudade do sobrinho). A priminha está uma simpatia brincando com todo mundo e falando um pouco de cada lingua para agradar a todos! A graciosidade em forma de criança.<br />Deixamos o primo no escritório e fomos desbravar o primeiro mundo. Fomos a Miami Beach (a casa do Versace sempre me pareceu tão maior nas fotografias), Coconut Grove e ainda conheci a Universidade de Miami e sua biblioteca incrível. Me emocionei (não de chorar, mas de lamentar) ao lembrar de tudo aquilo que a Universidade onde estudei poderia ser e não é (ai de ti, terceiro mundo!). Não conheci a Law School, mas talvez o faça em outro momento. Depois, almoçamos no Tony Roma's (Ramos, segundo meu avô) algo quase viking, passamos no mercado onde um brasileiro me contou do terremoto no Japão e viemos descansar. Acertei no presente para a pequena: As antigas canções de roda brasileiras são irresistíveis para todas as crianças, inclusive as importadas. Salve Galinha Pintadinha, o hit incontestável da viagem.<br /><br /><br />Sábado 12-03-2011<br />Hoje acordamos cedo e fomos tomar café no Lighthouse Cafe. Ovos com bacon - quem com porcos anda, farelo come - farelo muito bom, por sinal - a beira da praia . Estava um sol frio, que só ilumina, mas não chega a esquentar. Ideal para tirar fotos históricas, daquelas que ilustrará portas retratos na parede de casa por gerações. Meus avós na praia, a priminha definindo a meiguice com uma florzinha na mão. O farol, imponente como um sentinela gigante - ainda que adormecido. A casa do velho faroleiro remetendo a uma Florida selvagem, e a uma insuportável solidão. Época em que não existia Highways, Miami beach e transatlânticos estacionados no porto. Só o barulho do mar e a preocupação com os malditos índios. Tudo cinematograficamente conservado como um souvenir em tamanho real. Realmente lindo.<br />Dali, zarpamos para Fort Lauderdale. Rainforest Cafe, o restaurante-floresta-tropical, nos esperava com seus gorilas que se mexiam e elefantes que bramiam. Minivan no aeroporto. Estrada em perfeito estado. St Peter arrebentando no weather. Há uma cortina de chuva no bar, um portão de aquário na entrada e, de trinta em trinta minutos a iluminação e a bicharada simulam uma tempestade tropical. É tudo automatizado, claro, mas impressiona bastante. Dá para se sentir criança, sim, mãe. Queria ter tirado uma foto de minha avó com os gorilas, mas todos esquecemos. Vovô ganhou um Volcano - brownies com sorvete - como uma pré comemoração de seus 90 anos, com direito a fanfarra da garçonzada e tudo. De lá, tentamos fingir ser turistas convencionais e partimos para a Apple Store mais próxima (Galleria Mall) para tentar disputar um Ipad2 no dia de seu lançamento, empreitada que, obviamente, restou frustrada: Ipad2 está sold out. Na volta pela praia, o sol se escondia atrás dos prédios. Iluminação e cenários de cinema. Halle Berry numa mesa próxima a de um amigo do primo num restaurante em Miami Beach quase me fez crer que eu estava, sim, em um filme. Uma passada por lá ficou só na fantasia pois a esta altura já estávamos todos exaustos, mas felizes.<br /><br />Domingo 13-03-2011<br />Lembranças para o café da manhã. De Miami para Itaperuna, infância e adolescência em alguns segundos, entrecortados por bagels, tostadas e vitamina de bananas. À tarde, churrasco de espanhol, francês e inglês. Assim foi até pouco depois do Fla-Flu 0x0 em Key Biscayne. Via internet.<br /><br />Segunda 14-03-2011<br />Compras, compras e muitas compras. Nosso dia de turistas convencionais maratoneando pelos shoppings de Miami. Dadeland e The falls, sendo o Milk Shake de chocolate do The Rocket altamente recomendável. Sem mencionar sua decoração sooo 50's com trilha sonora de igual calibre. A lenda do Ipad2 disputa com a Galinha Pintadinha o título de hit da viagem.<br /><br />Terça 15-03-2011<br />Rodamos Miami procurando o Ipad2. E, ok, passeando também. A estratégia de marketig da Apple é a do desespero falsificado. Explico: Cada loja conta com cerca de 20 vendedores cada. Para a venda do Ipad, são destacados algo como 3 vendedores somente. A cereja do bolo é que cada loja recebe um número limitado de aparelhos por dia. Resultado: Fila, impressão de que as vendas estão batendo recordes e, principalmente, que você vai ser a carta fora do baralho se você não tiver um. Há um certo sinal de discurso ensaiado quando eles dizem que o aparelho está sold out e que, infelizmente, eles não sabem quando chegará mais. Segredo: Invariavelmente no dia seguinte, pela manhã, aparentemente brotam Ipads nas lojas. A sensação de que eles mantém uma quantidade em depósito e só liberam de acordo com a repercussão e a procura, é inevitável. Por fim, paramos na Lincoln Road, Miami Beach. Bombando em plena tarde de terça feira. Almoçamos no italiano Tiramesu, o que é recomendável. Dali, caminhamos um pouco. No meio do burburinho, eis que surge uma igreja comunitária, pálida e deslocada (porém respeitada) como uma noiva virgem numa zona de meretrício. Moças de catálogo passam com a última moda, crianças em carrinho ouvem Ipods, pessoas andam de patins, casais gays passeam com seus filhos. Assim foi a Licoln Road numa tarde fresca e ensolarada. Encerramos na loja da Nespresso. Atração tanto para o paladar como para a visão. O dia encerrou com um por-de-sol alaranjado acariciando Key Biscayne.<br /><br />Quarta 16-03-2011<br />Dia da correria. Sou um turista meio às avessas. Óbvio que me interessam os pontos turísticos, as paisagens cinematográficas, as boas compras, mas eu simplesmente adoro vivenciar o dia-a-dia comum do lugar onde visito. Hoje foi o dia das arrumações e logísticas de mudanças. Quantas pessoas que você conhece viajou a outro país e teve que lidar com algo tão prosaico como mudar de casa. Meus familiares daqui (que não são tão daqui assim) moram nas Bahamas e estavam aqui devido ao nascimento do pequenino. Pequenino já com um mês de vida, esbanjando saúde e fofura, passaporte a tira colo (com uma carinha irresistível de what-the-fuck na foto): hora de voltar para casa. E, assim, iremos todos. Ok, que teve o café da manhã no mais que recomendado Ihop (International House of the Pancakes), que realmente vale todas as recomendações, e que teve o peixe frito de almoço perto do farol num cais com um visual de jamais contestar a existência de Deus, mas isso foi nos intervalos, o dia mesmo foi de empacar (empacotar, em espanhol, deduzi) e transportar infindáveis caixas e malas gigantescas. Pode parecer um super programa de índio, mas eu curti. Aprendi que você pode deixar malas no aeroporto de Miami por 2 meses a 8 dólares o dia (no setor apropriado, obviamente), que a ups empacota coisas aparentemente não empacotáveis e como se abastece o carro nos postos self service daqui.<br /><br />Quinta 17-03-2011<br />Apple store, Dadeland, 9h da manhã: Fila discreta no interior da loja. Minha tia fica na fila enquanto retorno no carro para buscar o casaco. No caminho, fico me questionando se estou mesmo com frio ou se é TOC (é quase primavera no hemisfério norte, temperaturas amenas - e quase tropicais na Flórida). Não chego a uma conclusão. Quando retorno, minha tia me dá a notícia surreal da temporada: Aparentemente a fila era à toa. Os vendedores (grosseiramente) diziam que estava esgotado, mas os consumidores se recusavam a acreditar. Isso mesmo. Saí dali sem nem querer saber o final da novela e, sim, satisfeito por não ter conseguido um Ipad2. Dali, fui turistar com meus avós no Miami Seaquarium. Fiquei com um misto de ternura e pena dos golfinhos e das baleias adestradas, pensando se eram maltratados. De qualquer forma, viviam num aquário a poucos metros de um mar imensamente azul, o que, sem dúvida, deve significar alguma coisa para eles. Videos da minha avó se divertindo vendo os golfinhos fazendo piruetas e a baleia dando banho nas crianças. Quero guardar estes momentos para sempre.Gabrielhttp://www.blogger.com/profile/09778583697543338354noreply@blogger.com5