sábado, 21 de janeiro de 2012

Auto-notas: Medo


O medo é sempre uma ilusão, mas ainda é um mecanismo útil para a sobrevivência, o crescimento e o aprendizado. Não ter medo de morrer não significa aspirar ao suicídio, mas apenas ver a morte como um fato biológico natural da vida e, principalmente, ter a coragem do desapego.

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Quis falar sobre a morte por que é o maior dos medos.

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Talvez a principal função do medo seja justamente vencê-lo. Nada mais prazeroso do que dirigir-se deliberadamente para as situações que nos colocam medo com coragem, mas com uma coragem humilde, de quem conhece os próprios riscos, só que almeja patamares mais elevados. A coragem de quem sabe perder, mas que está disposto a aprender com a derrota e não só a se lamentar.

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(Mais uma vez: O suicídio é uma opção burra porque, por motivos óbvios não nos permite aprender, nem lamentar. Isso sem mencionar que, para a maioria das teorias da sobrevivência da alma, o destino dos suicidas no Além é dos mais desagradáveis.)

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Assim, é necessário ter uma sabedoria em relação ao medo. Conhecer as nossas vulnerabilidades é o primeiro passo; tratar dos medos neuróticos, o segundo; enfrentar e crescer com os "reais", o terceiro, por que estes foram feitos para serem enfrentados e, sempre que possível, vencidos.

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Escrevo para mim. O plural é majestático.